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Empresário brasileiro envolvido no Fifagate ficará em liberdade condicional por dois anos

José Lázaro foi acusado pelo governo americano de pagar propinas em troca do direito de transmissão da Copa América e da Copa Libertadores entre 1991 e 2015

O empresário argentino-brasileiro José MarguilesO empresário argentino-brasileiro José Marguiles - Foto: AFP

O empresário argentino-brasileiro José Marguiles, mais conhecido na América do Sul por seu apelido, José Lázaro, acusado pela justiça americana de pagar propinas no valor de 80 milhões de dólares em meio ao escândalo de corrupção na Fifa, foi sentenciado nesta terça-feira a dois anos de liberdade condicional por uma corte de Nova York.

"A juíza julgou corretamente" e Lázaro "voltará para casa" no Brasil, declarou à AFP seu advogado, Andrés Rivero, ao sair da corte federal do Brooklyn.

Em 27 de maio de 2015, quando explodiu o escândalo na Fifa e vários mandatários do futebol foram presos na Suíça, Lázaro, de 80 anos, diretor das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd., foi acusado pelo governo americano de pagar propinas em troca do direito de transmissão da Copa América e da Copa Libertadores entre 1991 e 2015.

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Após ser acusado, o empresário, nascido na Argentina e cidadão brasileiro desde 1973, decidiu viajar aos Estados Unidos para se entregar voluntariamente à justiça e cooperar com as autoridades americanas, embora poderia ter ficado no Brasil em liberdade, já que o país não extradita seus cidadãos.

Como parte do acordo de cooperação assinado em 25 de novembro de 2015, Lázaro precisou devolver 9,27 milhões de dólares que havia embolsado ilegalmente por atuar como intermediário no pagamento de propina.

"Lavei dinheiro ilegalmente. Mais lamentável é que machuquei minha família, meus amigos e o esporte que amo", declarou em espanhol o empresário à juíza federal Pamela Chen, antes de escutar sua sentença.

"Foi um crime grave. O réu participou de uma conspiração mundial maciça (...) Sua conduta destruiu a credibilidade do futebol internacional", declarou a juíza, que, contudo, aplicou uma sentença leve, já que Lázaro corria o risco de receber uma pena de 108 a 135 meses de prisão.

A juíza relativizou a sentença, explicando que, como o réu cooperou plenamente com a investigação, mandar prendê-lo seria um punição severa demais e poderia desencorajar outros colaboradores a ajudar nas investigações.

Lázaro voltará a São Paulo para cumprir a sentença de dois anos de liberdade condicional, durante os quais não poderá trabalhar com marketing esportivo.

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