Entenda como será a relação de Bernardinho e Renan na seleção masculina de vôlei
CBV manteve Renan como treinador e trouxe Bernardinho como coordenador de seleções masculinas
Após perder o Sul-americano para a Argentina, no Recife, por 3 a 0, e uma hegemonia de mais de 30 anos na competição, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) anunciou que Renan dal Zotto continuará no comando da seleção masculina até os Jogos de Paris.
E também divulgou que Bernardinho, ex-treinador da seleção por 16 anos e com o mais de 30 conquistas à frente da equipe, coordenará as seleções, incluindo a adulta.
Mesmo em um cargo de coordenação, a percepção de que Bernardinho "sentará no banco de Renan" é real, uma vez que foi o treinador de uma época vitoriosa, incluindo dois ouros olímpicos (2004 e 2016), duas pratas (2008 e 2012) e três títulos mundiais (2002, 2006 e 2010), além de oito Ligas Mundiais.
Assim, Jorge Bichara, diretor técnico a CBV, explica qual será a função de Bernardinho e como eles trabalharão para os Jogos de Paris e também para os ciclos de Los Angeles-2028 e Brisbane-2032:
— Sabemos que essa interpretação pode acontecer. Queríamos divulgar a chegada de Bernardinho antes, mas por conta de compromissos pessoais dele, isso não foi possível. O Renan segue treinador da seleção por todo o trabalho que foi feito ao longo deste ciclo. Há um ano, essa seleção conquistava uma medalha de bronze no Mundial. Há dois anos, essa seleção disputou medalha dentro de uma edição olímpica. A gente teve desempenhos que entendemos que estão aquém do potencial da equipe mas entendemos que nesse momento a sequência do trabalho tem de ser mantida — fala Bichara.
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Bichara explica que Bernardinho vai coordenar todas as seleções masculinas, do sub-17 ao adulto, passando pela de novos talentos. E que ele trabalhará próximo à seleção que estiver em preparação naquele momento.
— Apresentamos para ele uma lista de missões dentro do processo de avaliação das comissões técnicas, de formação de atletas, de planificação e avaliação dessas comissões. Também vai acompanhar cada um dos treinadores destas seleções em momentos dentro da preparação — explicou. — Não é a intenção que o Bernardo comande a seleção junto com o Renan. O Bernardo é um coordenador das seleções masculinas, de todas desde a sub-17 até a de novos talentos e adulta. Obviamente toda a experiência que ele tem, vai dar a sua contribuição como todos os membros que trabalham no departamento técnico. Com suas análises, observações e a amizade que tem com o Renan, mas com o compromisso e a descrição que é o cargo dele.
Além da seleção adulta, Bernardinho trabalhará com a sub-17, sub-19, sub-21 e uma seleção de novos que, segundo Bichara, será "ativada nos próximos anos":
— São atletas de várias idades, mas em processo de amadurecimento para atender à seleção principal. A meu ver essas seleções de base servem para levar atletas à principal e buscar conquistas internacionais. O Brasil se afastou destes pódios mas tem boas gerações de atletas em ambos os naipes.
Bichara disse que agora Bernardinho está voltado ao trabalho do masculino adulto porque é a seleção que ainda está em temporada internacional. Assim, Bernardinho esteve em Saquarema nesta semana junto com a comissão técnica de Renan.
Perguntado se a entidade pretende manter Renan no cargo mesmo se o Brasil não se classificar para Paris-2024, via Pré-olímpico no Rio, Bichara respondeu:
— Nosso foco total é na classificação dentro deste Pré-olímpico porque nos abre possibilidades importantes de planejamento para o ano que vem. Caso a gente não consiga, a gente vai sentar e avaliar o trabalho e ver qual rumo tomar. Todos somos avaliados o tempo inteiro. E todo trabalho pode melhorar, claro — diz Bichara.