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Copa do Mundo

Entenda o conflito entre Irã e Estados Unidos, adversários na última rodada da Copa do Mundo

As seleções se enfrentam nesta terça-feira (29) disputando uma vaga no mata-mata do Mundial do Catar

Bandeiras do Irã e Estados Unidos Bandeiras do Irã e Estados Unidos  - Foto: Reprodução

Em alguns momentos, a Copa do Mundo coloca frente a frente nações com histórico de rivalidade fora do campo. É o que vai acontecer nesta terça-feira (29), na partida entre Irã x Estados Unidos, às 16h, no estádio Al Thumama. Os dois países já se enfrentaram em Mundiais, mas dessa vez vale uma vaga nas oitavas de finais da competição. Entenda o conflito:

Impossível de se imaginar no presente, as nações já foram parceiras no passado, principalmente após o país ajudar, junto com a Inglaterra, no golpe de Estado de 1953 no Irã, derrubando o governante iraniano eleito democraticamente, o primeiro-ministro Mohamed Mossadeq, e restaurando a monarquia, sob domínio de Pahlevi. Apoio que, décadas depois, alimentou o sentimento “antiamericano” nos mais radicais, culminando na Revolução Islâmica de 1979.

“O Irã é um país xiita e havia um movimento de religiosos descontentes com o modo ‘ocidental’ de governo. O líder dessa revolta, Ruhollah Musavi Khomeini, foi perseguido e forçado a se exilar no Iraque e na França. Quando veio a revolução, o xá deixou o Irã e o país virou uma ‘teocracia’, com uma visão de que os Estados Unidos seriam o 'Grande Satã' do Ocidente", explicou a mestre em ciência política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Deijenane Santos.

Fim da diplomacia

Após Khomeini tomar o poder, a relação diplomática entre os países foi rompida. Para piorar, os americanos ficaram ao lado do então presidente iraquiano, Saddam Hussein - aliado que virou inimigo posteriormente -, nos embates do Iraque contra o Irã, na década de 1980. 

Há dois anos, o comandante da Força Quds iraniana, general Qassim Soleimani, foi morto num ataque com drones dos Estados Unidos, gerando um medo de que as nações pudessem entrar em confronto direto. Mesmo em um cenário tenso, Deijenane faz uma ressalva. 

“A animosidade é mais entre os governos do que entre os povos. O ‘iraniano médio’ não odeia os Estados Unidos. Vimos uma amostra disso quando eles se enfrentaram na Copa de 1998. O Irã ofereceu flores aos americanos no chamado ‘jogo da paz’, vencido pelos iranianos por 2x1. Talvez, esse mesmo clima aconteça no Catar, mesmo com a guerra política fora do esporte”.

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