Equipes de esportes coletivos poderão voltar aos treinos em Pernambuco
Autorização passa a valer na próxima segunda (24), apenas para atletas federados
A partir da próxima segunda-feira (24), estarão liberados os treinamentos dos esportes coletivos em Pernambuco. Essa autorização, no entanto, é apenas para atletas ligados às federações das respectivas modalidades e com idade acima de 12 anos. Seguem proibidas as atividades de iniciação esportiva, ou seja, escolinhas e treinos para crianças e adolescentes abaixo dessa faixa etária. Continua vetada também a prática por lazer, seja em ambientes públicos ou privados, de atividades físicas e esportes em grupo.
Nesse retorno, as equipes deverão seguir protocolos gerais do setor esportivo, além de recomendações específicas para cada modalidade. Não haverá exigência de testagem periódica, como tem acontecido no futebol. No entanto os protocolos prevêem que, caso surja algum atleta ou membro de comissão técnica com sintomas da Covid-19, essa pessoa deverá realizar teste e ser isolada. No caso de infecções recorrentes em um mesmo grupo, a recomendação será pelo isolamento geral e suspensão dos treinos.
Todas essas diretrizes foram debatidas com as próprias federações, gestores da Secretaria de Educação e Esportes do Estado e também da pasta da Saúde. O anúncio desse novo passo no setor esportivo foi feito na tarde desta quinta-feira (20), pelo secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amancio, em entrevista coletiva concedida de forma remota, ao lado dos secretários de Saúde, André Longo, e de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach.
"Conseguimos avançar nas modalidades individuais e todas as modalidades coletivas aguardaram pacientemente. A gente vem cumprindo e avançando no plano, com calma. Isso precisa ser feito em etapas. As modalidades coletivas nos preocupam, especialmente ao pessoal da Saúde, por terem proximidade física, contato mesmo. Então, é muito importante observar todos os protocolos”, destacou Amancio.
Os esportes individuais receberam autorização para retornar aos treinos no início de julho. No começo deste mês, por sua vez, passou a ser permitida a realização de eventos esportivos envolvendo essas modalidades. Também ganhou permissão o treino dos esportes de luta e artes marciais
Lazer
Durante o pronunciamento feito nesta quinta-feira, Fred Amancio frisou que, além do veto dos treinos coletivos para menores de 12 anos, seguem proibidas também as atividades físicas e esportivas em grupo por opção de lazer. Nas últimas semanas, no entanto, tornou-se cena comum peladas de vôlei, futevôlei e futebol na faixa de areia da Praia de Boa Viagem, bem como a presença de grupos de treinamento funcional também na praia e em parques do Recife. Nos campos de várzea e nas quadras de society, é o futebol que toma conta.
"É muito importante a população observar todos os protocolos e seguir as etapas do Plano de Convivência porque, se os números pioram, tudo demora mais. Se as pessoas se antecipam e vão bater sua pelada, os números podem piorar e a gente não vai nunca chegar ao ponto de liberar oficialmente. O cumprimento é obrigatório, já que é um decreto do Governo do Estado, é lei. É crime descumprir qualquer determinação do governo, a pessoa pode ser levada à delegacia. E, olhando para o setor dos esportes, pode atrapalhar o processo”, comentou o secretário.
Embora haja um decreto estadual, a liberação dessas atividades, assim como a fiscalização, são de responsabilidade de cada município. No Recife, as atividades físicas e esportivas de lazer em grupo estão vetadas. É permitida a prática de exercícios individuais, como corrida, caminhada, ciclismo e até tênis. Está liberado também o exercício físico com supervisão de um professor, de forma que seja um aluno para cada professor e sem utilização de equipamentos. O uso da máscara é obrigatório em todas essas práticas.
Na Capital pernambucana, a fiscalização é feita pela Guarda Municipal, em parceria com a Polícia Militar e a Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife (Dircon). "Estamos atuando na beira-mar, das 8h às 17h, sempre com uma abordagem educativa, para que as pessoas possam se conscientizar. É complicado, tem muita resistência, falta compreensão. No momento da abordagem, alguns param, outros querem insistir. Procuramos o bom-senso. De manhã cedo, na orla, você vários pontos com grupos, a gente começa o diálogo, aí vem alguém mais exaltado”, relatou o comandante da Guarda Municipal, Marcílio Domingos. "Não teria número de viaturas e delegacia suficiente para comportar todo mundo”, desabafou.
Domingos explicou que a Guarda Municipal não tem poder para interromper atividades ou recolher materiais que estejam em uso indevido. Segundo ele, essas atribuições cabem aos agentes da Polícia Militar e da Dircon. A reportagem tentou contato com a Dircon, que, através da assessoria de comunicação, disse ser responsável pela fiscalização da instalação de equipamentos proibidos, como cadeiras, coolers e guarda-sóis. Não houve retorno sobre estruturas esportivas.
Já a Secretaria de Defesa Social informou que a PM e o Corpo de Bombeiros, assim como órgãos de fiscalização, como o Procon e o Ipem, "têm trabalhado incansavelmente no sentido de coibir o descumprimento dos decretos sanitários, em todo o Estado".
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