Espanhol acusado de racismo por Neymar já teve discussão com Messi
Na ocasião, Álvaro González chamou o argentino de baixinho e o camisa 10 do Barça respondeu dizendo que o espanhol era muito ruim
Primeiro Messi, agora Neymar. O zagueiro espanhol Álvaro González, 30, vai colecionando desafetos de renome no futebol mundial. Neste domingo (13), González foi acusado pelo brasileiro de proferir ofensas racistas durante o clássico entre Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha, no Parque dos Príncipes, que terminou com derrota dos parisienses em casa.
No fim da partida, depois de se estranharem em momentos do jogo, Neymar deu um tapa na cabeça do espanhol em meio a uma confusão generalizada envolvendo atletas das duas equipes e foi expulso. Além dele, Paredes e Kurzawa receberam o vermelho no PSG, e Benedetto e Amavi no lado do Olympique.
Após a partida, o atacante brasileiro disse que foi chamado de "macaco" pelo zagueiro, que se defendeu postando uma foto ao lado de colegas negros de sua equipe e afirmando que tem uma "carreira limpa". Essa não é a primeira vez que Álvaro González se vê em meio a um problema de grande repercussão com um jogador de alcance midiático, como Neymar, ainda que o episódio atual envolva uma acusação bem mais grave.
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Em 2016, durante um clássico catalão entre Barcelona e Espanyol, González se entrou em uma discussão com Lionel Messi. Na ocasião, o argentino sofreu duas faltas em sequência do zagueiro. Na primeira, a torcida do Espanyol gritou o nome do atleta da casa: "Álvarooo! Álvarooo! Álvarooo!".
Depois da segunda falta, Messi se aproximou do espanhol, cuspiu em direção ao chão próximo dos pés de González e disse a ele que, no lance anterior, o zagueiro havia deixado o braço em seu rosto. O defensor explicou ao argentino que não o deixaria passar em direção ao gol e ainda provocou o camisa 10 do Barça. "Você é muito baixinho", disse González, medindo Messi com a mão. "E você é muito ruim", respondeu o astro do Barcelona.
O clássico catalão, válido pelas oitavas de final da Copa do Rei, terminou com vitória do Barça por 2x0. Na partida de ida, a equipe já havia vencido por 4 a 1 e se classificou à fase seguinte. Neymar, na época jogador do Barcelona, ficou no banco de reservas e não foi utilizado pelo técnico Luis Enrique. Álvaro González levou um cartão amarelo.
"Nós dois tínhamos razão e não há mais nada a dizer. Ele deu risada, eu dei risada e são coisas que têm que ficar aí [no campo]", afirmou o zagueiro, após o jogo, sobre a discussão com Messi. Ele foi revelado nas categorias de base do Racing Santander. Em 2011, fez sua estreia no time profissional em um jogo da primeira divisão espanhola.
No ano seguinte, assinou com o Zaragoza e recebeu sua primeira convocação para a seleção sub-21 da Espanha, que disputaria em 2013 a Eurocopa da categoria. González formou parte da equipe que conquistou o título europeu sobre a Itália, o segundo dos espanhóis em sequência na competição. Em 2014, o zagueiro se transfereiu para o Espanyol, onde considera que teve suas melhores atuações. Foram 88 partidas oficiais pelo clube catalão -e uma discussão com Messi.
O desempenho com a camisa do Espanyol chamou a atenção do Villarreal, que o contratou em 2016. Depois de três anos no clube, foi emprestado ao Olympique de Marselha para a temporada 2019/2020, onde recebeu o apelido de "El Patrón" (O Patrão, em espanhol). Ao final da temporada, na qual disputou 24 partidas e anotou um gol, o clube francês pagou 4 milhões de euros (cerca de R$ 25 milhões) ao Villarreal para contratar o atleta, que disputará a Champions League com o Olympique.
Em seu site oficial, na sessão "como entendo o futebol", Álvaro González afirma que "o futebol forma parte do meu caráter, sobre a grama eu sou força. Marco meus objetivos, meu destino e jogo rápido para consegui-lo". Na sessão "meu estilo", o espanhol diz que "desde pequeno o futebol me educou na generosidade, o trabalho em equipe e a ambição positiva de querer ser cada dia uma melhor pessoa, um melhor jogador". Lionel Messi talvez não pense o mesmo. Neymar, definitivamente, não concorda.