Copa do Mundo

Esperança e ambição dividem parque em Doha às vésperas de abertura da Copa

Milhares de locais aproveitam o final de semana em clima de ansiedade pelo maior evento esportivo do mundo, que bate às portas

Torcedores posaram para foto ao lado da taça da Copa do MundoTorcedores posaram para foto ao lado da taça da Copa do Mundo - Foto: Victor Pereira

DOHA (CATAR) - Aspire Park é o nome do maior parque de Doha, capital do Catar. São 88 hectares de um ambiente que, dentre as programações mais comuns, estão os piqueniques de famílias que se reúnem ao ar livre para aproveitar a vista para a Torre Aspire, principalmente à noite, em que as temperaturas estão ainda mais agradáveis e a iluminação é um show à parte. Porém, no fim da tarde e início da noite desta sexta-feira (18), o cenário era completamente diferente.

A tradução de ‘Aspire’ é ‘aspirar’ que, de acordo com o dicionário Oxford, significa “direcionar as esperanças ou ambições para alcançar algo”. Na verdade, as duas coisas coexistiram no mesmo local, pelo menos por algumas horas.

De um lado, uma fila quilométrica em formato de caracol que sequer era possível enxergar o final, com centenas de pessoas que tinham uma ambição em comum: todos ansiavam por dez segundos ao lado do troféu da Copa do Mundo FIFA, que estava no último dia de exibição. Tão cobiçado pelas 32 seleções que iniciam a disputa neste domingo (20), o objeto de desejo dos populares reinava imponente sob milhares de olhares ambiciosos e lentes de celulares que se aglomeravam ao redor.

Nem os próprios organizadores esperavam tamanha movimentação. “No início, tínhamos 25 seguranças para organizar as filas. De repente, tinha tanta gente que suspendemos a programação, consideramos acabar com a exibição, mas conseguimos chamar reforços de última hora e, agora, são 220 homens para conter as pessoas”, confidenciou um integrante do staff do evento à nossa reportagem.

A outra parte dos 88 hectares do Aspire Park era palco de uma agitação diferente. Não havia nenhum objeto que atraia olhares dos milhares presentes, mas muita música e curtição. Um DJ comandava uma balada ao ar livre e totalmente gratuita, em um mix de músicas que iam desde as tradicionais árabes até as eletrônicas que dominam as raves no ocidente.

De repente, uma música chama a atenção dos espectadores. Nenhum lançamento. Nada que esteja nos trends topics ou charts dos streamings de música. Mas, uma canção lançada em 1978 pela cantora estadunidense Glória Fowles. “I will survive”(‘Eu sobreviverei’, em português) representa um lema de superação para a artista, mas foi abraçada pela comunidade LGBTQIA+ simbolizando a resistência de quem precisa sobreviver em meio ao cerceamento de direitos de várias formas diferentes.

Em meio às tensões envolvendo uma possível má receptividade dos locais em relação a demonstrações públicas de afeto entre homossexuais, o clima no Aspire Park foi de entoar a letra da música em uníssono e, durante aproximadamente três minutos, reinar a esperança de que, ao menos nos próximos 30 dias até a final do mundial, prevaleçam o respeito e a paz.

 

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