Esquema de manipulação de jogos continuou mesmo após prisão de chefe da quadrilha
Preso temporariamente em fevereiro, Bruno Lopez foi solto e voltou a agir; por causa do diálogo descoberto ele está na prisão novamente; já o parceiro Thiago Chambó manteve contato com a esposa via celular de dentro da carceragem
Mesmo após a Operação Penalidade Máxima ter sido deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, em fevereiro deste ano, o esquema de manipulação de jogos do futebol brasileiro continuou, segundo mensagens obtidas pela investigação. Depois ter sido preso temporariamente e solto em seguida, Bruno Lopez, o BL, considerado o chefe da organização criminosa, manteve conversa com um interlocutor sobre apostas e lucros em março deste ano.
As conversas foram encontradas em seu celular apreendido durante o cumprimento de mandados no dia 18 de abril, na segunda fase da Penalidade Máxima. Por causa das mensagens e de outras provas, a Justiça decretou a prisão preventiva de BL por causa do risco de ele continuar mantendo a fraude.
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Em um diálogo no WhatsApp com "Futblack", no dia 18 de março, Bruno anuncia que tinha um jogador dele disposto a “fazer amarelo” e “finalização” na rodada. O interlocutor responde: "te metade o q de lucro mando vier".
A investigação também descobriu que Thiago Chambó, outro integrante da quadrilha, tinha acesso ao uso de celular de dentro da delegacia de polícia no Estado de São Paulo. Ele manteve conversas com a mulher Luana Yumi Yamamoto via aparelho de terceiros. Nas mensagens, ele orienta a esposa a fazer transferência de dinheiro para outra pessoa que seria responsável pelo ingresso de um novo aparelho celular na carceragem. Também menciona retirada de valores de contas e mudança.