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Tênis

Estrelas do tênis elogiam suspensão de torneios na China pela situação de Peng Shuai

Nenhum torneio da WTA está previsto até o fim deste ano e o calendário de 2022

Novak DjokovicNovak Djokovic - Foto: Giuseppe CACACE / AFP

Estrelas do tênis como Novak Djokovic ou Billie Jean King aplaudiram a decisão da WTA de suspender os torneios na China pela inquietação sobre a situação da atleta Peng Shuai, um movimento criticado por Pequim que pode resultar em perdas milionárias.

O presidente da Associação de Tênis Feminino (WTA), Steve Simon, anunciou a "suspensão imediata" de todos os torneios na China, incluindo Hong Kong, ante as preocupações com o bem-estar de Shuai desde que ela acusou um dirigente comunista de agressão sexual.

O dirigente esportivo pediu novamente uma "investigação completa e transparente, sem censuras" sobre as acusações de Peng, ex-líder mundial do ranking de duplas, de supostos abusos sexuais do ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli.

Em Pequim, que em fevereiro receberá os Jogos Olímpicos de Inverno, as autoridades chinesas se limitaram a expressar "firme oposição aos atos para politizar o esporte", nas palavras de Wang Wenbin, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.

A China é um dos principais mercados da WTA, que poderia sofrer perdas de centenas de milhões de dólares com a decisão. Em 2019, o país recebeu 10 eventos do circuito feminino, com uma premiação total de 30 milhões de dólares distribuídos entre os torneios.

"Não vejo como pedir às nossas atletas para participarem de torneios quando Peng Shuai não tem permissão para se comunicar livremente e supostamente esteve sob pressão para se retratar de suas acusações de violência sexual", afirmou Simon.

Nenhum torneio da WTA está previsto até o fim deste ano e o calendário de 2022 ainda não foi divulgado. 

Durante a temporada de 2019, a última antes da pandemia de covid-19, 10 competições foram realizadas na China, incluindo o Masters feminino no fim do ano.

 

 Apoio de Djokovic 

Peng Shuai, de 35 anos, não apareceu em público durante quase três semanas em novembro, depois que publicou nas redes sociais uma longa mensagem em que acusava o ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, 40 anos mais velho, de tê-la "forçado" a relações sexuais durante uma relação que durou vários anos.

Muitas estrelas do tênis mundial e vários países ocidentais, em particular França e Estados Unidos, assim como a União Europeia e a ONU, pediram explicações a Pequim sobre a situação.

A decisão de suspender os torneios na China foi apoiada por grandes nomes do tênis, de Djokovic à lenda americana Billie Jean King, vencedora de 12 títulos de Grand Slam. Ela afirmou que a WTA "está do lado certo da história".

Djokovic, número um do ranking da ATP, elogiou a decisão "corajosa", no momento em que "não temos informações" sobre o paradeiro da tenista Peng Shuai e seu bem-estar.

"Sua saúde é de extrema importância para o mundo do tênis", disse.

"Não se trata necessariamente dela, poderia ser qualquer um, um jogador ou uma jogadora, mas algo assim não deveria acontecer", acrescentou.

A ex-tenista Martina Navratilova afirmou que esta é uma "posição corajosa de Steve Simon e da WTA ao colocar os princípios acima dos dólares e ficar ao lado das mulheres".

Também enviou uma mensagem ao Comitê Olímpico Internacional (COI), a poucos meses dos Jogos de Inverno em Pequim. "Até agora, mal nos ouviu", disse a ex-tenista, que estimulou outras organizações a seguir o exemplo da WTA.

Respostas influenciadas 

O ex-tenista americano Andy Roddick destacou os riscos assumidos pelo presidente da WTA: "Fazer a coisa certa é muito mais fácil quando não há custos associados. Respeito".

Peng Shuai reapareceu em 21 de novembro em um restaurante de Pequim e durante um torneio de tênis realizado na capital chinesa, segundo vídeos publicados pela imprensa oficial. 

Ela também falou por videoconferência com o presidente do COI, Thomas Bach. 

De acordo com o COI, Peng Shuai explicou que estava "sã e salva em sua casa em Pequim, mas gostaria que sua privacidade fosse respeitada". 

Li Lingwei, membro do Comitê Olímpico Chinês, participou da videoconferência com Thomas Bach. 

A WTA afirmou à AFP no sábado que Steve Simon havia enviado dois e-mails à tenista, mas que "estava claro que suas respostas foram influenciadas por outras pessoas", acrescentando que ele continua "profundamente preocupado" com a situação dela.

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