EUA espantam fantasma, batem França e levam ouro no basquete
Em jogo duro, americanos venceram os franceses pelo placar de 87 a 82
Sob uma atuação impecável de Kevin Durant, com 29 pontos, o time de basquete dos Estados Unidos fez a lição de casa, bateu a França por 87 a 82 e levou o ouro olímpico pela quarta vez consecutiva.
Os americanos não saem de Tóquio convincentes nem merecendo a alcunha de "Dream Team", mas ao menos evitaram o fiasco de voltar para casa sem principal medalha pela segunda vez desde que passaram a competir com atletas da NBA, em 1992.
Os EUA abriram vantagem no primeiro quarto, 22 a 18, e fecharam o segundo em 44 a 39. Somente nesse primeiro tempo, Durant marcou 21 pontos. O terceiro quarto ficou em 71 a 63 e os EUA fecharam o último em 87 a 82.
Os franceses, liderados por Evan Fournier (Boston Celtics) e Rudy Gobert (Utah Jazz), chegaram invictos à decisão em Saitama. Deram um pouco de sufoco aos americanos AO reduzir a diferença sempre que os EUA ampliavam o placar. Nos últimos 10 segundos, a vantagem caiu para 3 pontos.
É o terceiro ouro consecutivo de Durant, que atua pelo Brooklyn Nets na NBA. Ele esteve nas conquistas de Londres (2012) e Rio (2016).
Em 18 edições do basquete olímpico até Tóquio, os americanos levaram 15 ouros, 5 deles desde 1992, quando os jogadores da NBA passaram a compor a seleção com o apelido de "Dream Team". Nessa fase, apenas em Atenas -2004 perderam o título, após caírem na semifinal para a Argentina, do consagrado Manu Ginóbili, e levar o bronze para casa. Sem os jogadores da NBA, ficaram apenas duas vezes fora do lugar mais alto do pódio: prata em Munique-72 e bronze em Seoul-88.
Assim como tem ocorrido nesta reta final das Olimpíadas, apesar do veto a público pagante, devido à pandemia da Covid-19, dezenas de voluntários, jornalistas credenciados e delegações de outros países preencheram parte da Arena de Saitama, dando uma sensação de torcida, algo raro nas competições.
A derrota para essa mesma França na estreia em Tóquio, por 83 a 76, colocou em dúvida o potencial do time dirigido pelo veterano Gregg Popovich para conquistar o ouro. Mesmo com o favoritismo, uma nova derrota para os franceses seria um fracasso não surpreendente.
O time americano desembarcou no Japão sob desconfiança após a campanha ruim no Mundial de 2019 (quando caiu para os franceses) e as derrotas em amistosos para Austrália e Nigéria na preparação para Tóquio.
A equipe chegou a Tóquio sem grandes estrelas da NBA, como LeBron James ( Los Angeles Lakers), Anthony Davis (Los Angeles Lakers), Stephen Curry (Golden State Warriors) e James Harden (Brooklyn Nets). Com as ausências, apostou em nomes como Jayson Tatum (Boston Celtics), Khris Middleton (Milwaukee Bucks) e Jrue Holiday (Milwaukee Bucks).
As dúvidas sobre a capacidade de entrosamento da equipe dos EUA cresceram na estreia nos Jogos Olímpicos ao ser batida pela mesma França desta final, por 83 a 76, na fase de grupos. Foi a primeira derrota desde a queda para a Argentina, na semifinal de Atenas-2004.
Após o revés no primeiro jogo, os EUA reagiram, vencendo com cerca tranquilidade as seleções de Irã, República Tcheca, Espanha e Austrália.
Já os franceses, depois de bater os EUA, derrotaram República Tcheca, Irã, Itália e Eslovênia na semifinal com vitória apertada por 90 a 89.
Na equipe francesa, há outros três jogadores atuam pela NBA: Frank Ntilikina (New York Knicks), Timothé Luwawu-Cabarrot (Brooklyn Nets) e Nicolas Batum (Los Angeles Clippers).
Desde 1992, os americanos disputam as Olimpíadas com atletas da NBA. Naquele ano, em Barcelona, ganhou o apelido de "Dream Team (time dos sonhos)" pelo lendário time de Larry Bird, Michael Jordan, Magic Johson e Charles Barkleys.
De lá para cá, nenhuma formação se comparou àquela de 1992, embora a expressão "Dream Team" venha sendo usada sem que seja correspondida em quadra.