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Futebol

Ex-diretora do Náutico acusa funcionário do clube de importunação sexual

Tatiana Roma, ex-Diretora da Mulher e de Operações de Jogo no clube, fez uma denúncia contra o superintendente financeiro do Timbu, citando ainda "calúnia, difamação e injúria"

Tatiana Roma, ex-diretora do NáuticoTatiana Roma, ex-diretora do Náutico - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Tatiana Roma, ex-diretora da Mulher e também ex-chefe da direção de Operações de Jogo do Náutico, prestou um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o superintendente financeiro do clube, Errisson Rosendo de Melo, acusando o gestor de importunação sexual, calúnia, difamação e injúria. Na denúncia, ela também indicou que outras quatro ex-funcionárias passaram pelo mesmo problema, solicitando ainda uma medida protetiva, já que a dirigente permanece como conselheira do Timbu. O funcionário denunciado é irmão do atual presidente da instituição, Edno Melo. 

A Folha de Pernambuco teve acesso ao B.O, registrado no dia 12 de novembro deste ano, na 1ª Delegacia de Polícia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. No documento, Tatiana afirma que foi vítima dos crimes entre maio de 2020 a julho de 2021. Ela cita no texto que Errisson teria proferido frases de conotação sexual.

A ex-diretora também acusa o superintendente de pedir a um membro de uma Torcida Organizada do Náutico para que ele registrasse uma falsa denúncia de injúria racial contra Tatiana. Em postagem por meio de uma rede social, ela disse que, em setembro, já havia protocolado uma denúncia ao Conselho Deliberativo do clube, mas o mandatário do CD, Alexandre Carneiro, respondeu que ela deveria “deixar o processo para 2022”. 

Diante da situação, Tatiana procurou Edno Melo, que propôs um acordo. Ela tiraria o processo contra Errisson no Conselho e, em troca, o funcionário, que permaneceria no cargo até o fim de 2021, ia doar cestas básicas para uma instituição de caridade. A ex-diretora concordou, mas disse em seguida que o ponto não foi cumprido, o que a levou a entrar com uma nova petição.

"Falei com o presidente no começo de julho. Disse que não aguentava mais. Ele disse que ia falar com a pessoa envolvida, mas o comportamento não mudou. Sem falar que outras ex-quatro funcionárias também passaram por isso, mas elas dependiam do clube e ficaram com medo. Eu, por outro lado, não era diretora remunerada, não dependia. Mesmo assim, tentei fazer tudo em sigilo com medo da exposição, mas precisei fazer isso (denunciar)", afirmou Tatiana, em entrevista à Folha de Pernambuco.

"Após o acordo, o presidente fez um depósito de R$ 2.500, mas esse valor não era compatível ao das 50 cestas básicas estipuladas. Além disso, no último sábado, Alexandre Carneiro ligou para um membro da minha família para me intimidar. Ele disse que a imagem do clube era maior do que isso. Sem falar que citaram uma questão 'política' sobre a denúncia (por conta das eleições presidenciais, em dezembro). Mas ela foi feita em setembro, quando nem existiam as chapas formadas. Não sou de chapa alguma. Sou conselheira do clube. Em momento algum, por exemplo, eu falo algo de Diógenes Braga (vice do Náutico e candidato à presidência pela situação). Nunca cheguei a ele para falar sobre esse assunto. Sou amiga de Bruno Becker (candidato à presidência pela oposição), mas não estou envolvida na campanha dele", apontou.

A Folha de Pernambuco procurou Errisson para comentar as acusações. O superintendente informou que o assunto seria tratado com o advogado dele, Luiz Gaião. A reportagem conversou com Gaião, que disse ainda não ter tido acesso ao B.O. "Primeiro, preciso ver o documento, checar quais alegações ela fez para, em seguida, me pronunciar sobre o caso", explicou.  A Folha também contactou Alexandre Carneiro, presidente do Conselho Deliberativo, mas não obteve retorno.

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