Futebol

Ex-funcionária relata ter sofrido assédio moral de superintendente do Náutico

Profissional disse chegou a temer pela integridade física em discussão com Errisson Melo, acusado de importunação sexual contra Tatiana Roma, ex-diretora do clube

Sede do NáuticoSede do Náutico - Foto: Tiago Caldas / CNC

Depois de Tatiana Roma, ex-diretora do Náutico, denunciar publicamente o superintendente financeiro do clube, Errisson Melo, de importunação sexual, calúnia, difamação e injúria, outra ex-funcionária da instituição também acusou o gestor de conduta imprópria, desta vez quanto a um assédio moral, sofrido em 2018. 

A funcionária em questão trabalhava de forma terceirizada no clube, na secretaria do Náutico, no setor de venda de cadeira cativa. “Trabalhei de novembro de 2017 a março de 2018. Na época, eu tinha acesso livre na secretaria, junto com outras meninas do setor. Um dia, fui auxiliar uma delas e um sócio, impaciente, começou a reclamar, falando que a gente trabalhava mal. Nisso, chamaram Edno Melo (presidente) para fazer a reclamação. Ele simplesmente disse que o sócio tinha razão. Pouco tempo depois, uma pessoal do RH me chamou dizendo que Errisson queria falar comigo. Ele estava transtornado e começou a me humilhar, ofender. Ele chegou a levantar a mão. Achei que ele fosse me bater, mas não aconteceu. Ele levantou o dedo na minha direção e falou palavrões”, afirmou a ex-funcionária, que optou pelo anonimato. 

Depois do caso, ela explicou os motivos que a fizeram não denunciar Errisson. “Eu tive uma crise de choro, nervosa pela situação. Depois disso, me mandaram embora. Contei a Raphael Gazzaneo, que trabalha no setor na época, e expliquei o que aconteceu. Depois de alguns dias, eu pude voltar ao clube, mas sem acesso à secretaria. As meninas sequer poderiam conversar comigo. Eu não podia beber água, nem usar a camisa do Náutico. Meu sonho desde cedo era trabalhar no clube. Sou sócia e queria ajudar meu time do coração, mas vivi uma situação horrível”, contou.

“Percebi que as pessoas que falavam comigo antes deixaram de conversar depois do que aconteceu. Tive crises de ansiedade. Tive de fazer tratamento psicológico, tomar medicação controlada. Não pensei em denunciar porque as pessoas diziam que, se eu fizesse isso, ele (Errisson) ia me prejudicar. Qual funcionário de lá ficaria contra ele? Um ‘peixe’ grande contra mim? Desde então, eu não consigo mais pisar nos Aflitos”, desabafou.

Questionado sobre as denúncias anônimas de ex-funcionárias que acusam Errisson de crimes como assédio moral, o advogado do superintendente, José Augusto Branco, rebateu. “Cadê o B.O. delas? O rosto? Funcionária sem nome? Só posso me preocupar com denúncia formal, mas não com boato. Isso de anonimato não existe. Isso é uma questão séria. Meu cliente só será chamado quando a delegada ouvir todos os lados. Mas resta saber: já ouviram essas que estão acusando ele? Elas têm provas? Elas que precisam provar e colocar dentro do inquérito. Por enquanto, não há acusação alguma”, declarou.

Vale citar que a Constituição Federal, no artigo 5º, inciso XIV, que diz que "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional".

 

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