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DOCUMENTÁRIO

Ex-número 4 do tênis revela que era espancada pelo pai

Documentário sobre australiana Jelena Dokic estreia em um mês; violência era praticada especialmente após as derrotas

Jelena Dokic, quando jogou no Brasil Open na Costa de Sauípe, em 2001 Jelena Dokic, quando jogou no Brasil Open na Costa de Sauípe, em 2001  - Foto: Divulgação

Jelena Dokic, ex-nº 4 do mundo no tênis, revelou que era agredida pelo próprio pai ao longo da carreira. Ele também era seu treinador.

A revelação foi feita em um novo documentário autobiográfico da tenista, chamado "Unbreakable" (Inquebrável, em português) e que tem previsão de estreia nos cinemas australianos em 7 de novembro, daqui a cerca de um mês. Logo na sequência o filme terá distribuição mundial.

A violência era praticada especialmente após as derrotas, como contou Jelena enquanto assistia a um jogo antigo contra Martina Hingis: "Tenho 16 aqui. Eu estava jogando contra a número 1 Martina Hingis e sabia que se perdesse as consequências seriam catastróficas".

— Um dia depois de perder eu sabia o que iria acontecer... comecei a me sentir realmente quebrada por dentro (...) Não havia um centímetro de pele que não estivesse machucado. — conta Jelena, que hoje tem 41 anos.

— Eu esperava que ele mudasse, mas não foi possível e acho que em algum momento, mesmo que seja família, você tem que deixar para lá e dizer: 'Isso é muito tóxico para mim'. Foi o que eu fiz; e o dia em que fiz isso me deixou muito feliz. Meu pai sempre me dizia: 'Não se atreva a dizer nada, fique em silêncio ou eu mato você.

Jelena, aposentada das quadras desde 2014, chegou às semifinais de Wimbledon em 2000 e alcançou o top 4 do tênis feminino dois anos depois.

Ela despontou na carreira ainda como adolescente depois de se mudar com a família da Iugoslávia para a Austrália aos 11 anos de idade. Hoje trabalha como comentarista para um canal de TV na Austrália.

Ela não fala com o pai há dez anos:
— Durmo bem à noite. Não falo com ele, há dez anos foi a última vez. Tentei reconciliar, mas é difícil quando ele nem consegue pedir desculpas — disse em uma entrevista ao jornal The Independent, em dezembro do ano passado.

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