Executivo de futebol explica modelo de trabalho que será montado no Náutico
Profissional tem passagens por clubes Cascavel/PR, Paraná e Cuiabá e chegou para substituir Ítalo Rodrigues
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O novo executivo de futebol do Náutico, Fernando Leite, foi apresentado nesta sexta (30) pelo clube. Com passagens por Paysandu, Cascavel/PR, Paraná e Cuiabá, o profissional, que chega para ocupar a vaga de Ítalo Rodrigues, que deixou o Timbu após o processo de reformulação, destacou a experiência anterior e qual o foco do trabalho para fazer o Timbu se recuperar na Série B do Campeonato Brasileiro 2020.
Experiência no Cuiabá
Cuiabá foi um clube diferente de todos os outros que trabalhei porque o contato era direto com o dono. Fui convidado em fevereiro a trabalhar lá, após um trabalho excepcional no Cascavel, time que alcançou as fases finais do Campeonato Paranaense, conquistando não só isso como vagas na Série D e da Copa do Brasil de 2021. Acabei aceitando o convite, por indicação do técnico Marcelo Chamusca.
Modelo de gestão
Encontrei um clube onde a diferença para os demais times do interior era grande. Cheguei no Estadual e lá eles necessitam ganhar sempre a competição de forma invicta. Os donos do Cuiabá não aceitam nem perder um jogo. Foi uma experiência que agregou muito, conhecendo um novo modelo de gestão. Você tem autonomia. A parte de contratação é feita diretamente pelo dono, juntamente com o treinador e comigo. Mas a decisão final era sempre deles. Um formato diferente, mas que nos adaptamos rapidamente. O elenco era qualificado para o Estadual. Para o Brasileiro, com a pandemia, infelizmente não tivemos sequência. Fiz apenas cinco jogos lá. Nos classificamos para a fase final da competição.
Cobrança interna
O Cuiabá não tem torcida grande ainda. A imprensa também cobre pouco no dia a dia. A cobrança maior era interna. De um grupo organizado, que cumpre seus compromissos em dia, assim como o Náutico. Tínhamos a responsabilidade de manter um ambiente em harmonia. Não deixar problemas entrarem no elenco. O elenco tinha dois atletas em cada posição que poderiam jogar em qualquer equipe da competição. No Náutico, eu quero dar também tranquilidade aos atletas e à comissão técnica, fazendo com que eles pensem apenas no adversário, atuando da melhor forma possível. Queremos trabalhar de forma integrada, com uma comunicação ativa. Se tiver harmonia fora de campo, dentro de campo as coisas acontecem. Todos são importantes no processo.
Saída do Cuiabá
Cuiabá tem um dono e as coisas precisam acontecer da forma que é desenhada por eles. Em um certo momento, o ambiente estava sensacional e o trabalho nem precisa falar. Minha função é fazer com que as coisas funcionem bem. Eu coordeno todos os departamentos para que tudo dê certo. Existe toda uma engrenagem. Consegui mostrar que o caminho do sucesso, de um clube vencedor, que busca um acesso, passa pelo respeito e integração entre os departamentos. Não tenho o que dizer do Cuiabá além de agradecer. Infelizmente, em um determinado momento, existiu uma divergência e um posicionamento devido um fato ocorrido não agradou. Eu tive de me posicionar, algo que muitas vezes preciso fazer, e não houve o entendimento. Tudo foi esclarecido, mas acabei deixando o clube. Agora é vida que segue. Isso me possibilitou ser o executivo do Náutico, algo que me deixa muito feliz.
Planejamento com atletas da base
Já trabalhei em um cenário parecido, tanto no Londrina e no Paraná. Já tive essa situação de inserir atletas na base. Sabemos que para manter um clube com saúde financeira, a gente necessita trabalhar com os jogadores da base. Eles são os ativos do Náutico. No Paraná, quando cheguei, a condição financeira não era a ideal e a matéria-prima era a dos atletas da base. Tivemos a habilidade de colocá-los no momento certo. No Náutico será a mesma coisa. O elenco profissional dispensa comentários. Encontrei vários com quem já trabalhei, outros conheço de enfrentar. Sabemos que, no momento certo, vamos utilizá-los, mas com cautela, não colocando em momentos errados. Temos de dar suporte aos meninos. Gosto de fazer parte da transição dos atletas da base para o profissional. Saber que o clube se preocupa em colocar jogadores jovens, fazendo negócios com eles também.
Reforços
O importante é não extrapolar o que foi planejado. Primeiro passo de quem chega é conhecer as pessoas, analisar a equipe. Até 15 dias, eu era adversário e via de uma maneira. Agora faço parte do clube. Juntos, vamos buscar, se necessário, uma peça que se encaixe no perfil técnico e financeiro, não saindo do planejamento da diretoria. Sou mais uma a contribuir com isso. O Náutico está inserido no hall dos clubes que cumprem seus compromissos e vamos manter essa responsabilidade. Com as coisas corretas fora de campo, a situação dentro de campo vai mudar.
Acesso
Minha função é fazer com que todos estejam alinhados no mesmo objetivo. A pontuação de momento não é a real. Vamos voltar a vencer em casa e fora. Duas vitórias e você já se coloca em outra posição na tabela. O cenário muda, a confiança volta e o ambiente fica mais leve. Temos 21 partidas ainda na competição. Pode ter certeza que eu venho para ser mais uma peça importante nesse processo, levando o Náutico a brigar pelo acesso à Série A. Esse é meu compromisso.