Copa do Mundo

Filha de Bob Marley é uma das principais patrocinadoras da seleção feminina da Jamaica

Cedella Marley ajudou a salvar o time feminino da Jamaica, que enfrenta falta de visibilidade e patrocínio há anos

Jamaicanas seguraram o empate diante da França, na 1ª rodada do Grupo FJamaicanas seguraram o empate diante da França, na 1ª rodada do Grupo F - Foto: DAVID GRAY/AFP

O cantor de reggae jamaicano Bob Marley sempre foi um grande fã de futebol, e a sua filha, Cedella, atualmente é uma das principais patrocinadoras da seleção feminina da Jamaica, que já foi dissolvida por falta de financiamento e se tornou a primeira equipe de um país caribenho a se classificar para uma Copa do Mundo Feminina em 2019.

Tudo começou em 2008, quando a falta de financiamento levou a Federação Jamaicana de Futebol (JFF) a acabar com a seleção feminina. Até que um dia o filho de Cedella chegou em casa com um panfleto divulgando uma campanha de arrecadação de fundos para que a equipe voltasse a jogar. “Apoie as Reggae Girlz”, dizia o folheto.

As necessidades eram muitas, de viagens e alimentação a alojamento e campos de treinamento. Praticamente todas as áreas da organização da equipe precisavam de financiamento.

Cedella nem sabia na época que a Jamaica tinha uma seleção feminina de futebol, mas imediatamente se mobilizou para arrecadar fundos. Ela se juntou a seus irmãos e gravou uma música chamada “Strike Hard”, cujos lucros foram revertidos para financiar as jogadoras, e criou uma vaquinha online.

Com isso, Marley se tornou embaixadora e patrocinadora da seleção feminina com a Bob Marley Foundation e arrecadou um total de US$ 300 mil dólares em um ano. A equipe voltou a ser dissolvida em 2016, mas Cedella nunca deixou de se empenhar pela causa.

Seu trabalho não só melhorou as condições das jogadoras como também contribuiu para trazer mais visibilidade para a seleção feminina na Jamaica.

No entanto, as jogadoras da Jamaica ainda enfrentam problemas com a JFF por questões salariais e cortes no orçamento.

Neste ano, a federação não arcou com todos os custos da viagem ao mundial e as jogadoras precisaram arrecadar fundos por conta própria para entrar em campo. A seleção precisou custear o campo de treinamento da equipe em Amsterdã, as viagens, alimentação e suporte da equipe.

Ainda que a Fifa encaminhe fundos e uma porcentagem da premiação para as 32 seleções participantes, o dinheiro vai direto para as federações.

Em uma carta aberta à JFF divulgada em junho, algumas jogadoras da Jamaica expressaram suas preocupações quanto à falta de apoio da federação para a preparação da equipe para a Copa do Mundo.

“A classificação para uma segunda Copa do Mundo é algo que nunca se imaginou ou pensou ser possível para as Reggae Girlz”, escreveram as jogadoras. “Em um momento em que devemos nos concentrar apenas na preparação para competir no maior palco do mundo, infelizmente somos obrigadas a expressar nossa maior decepção com a Federação de Futebol da Jamaica”.

O próximo jogo da Jamaica na Copa do Mundo Feminino será neste sábado às 09:30 contra o Panamá. As jamaicanas enfrentam o Brasil na próxima quarta-feira, às 07:00.

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