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Polêmica

Fórmula 1: FIA pede que pilotos parem de xingar no rádio para 'diferenciar esporte do rap'

Verstappen e Norris, líder e vice-líder do campeonato, respectivamente, criticaram o pedido

Largada do GP de Baku de Fórmula 1 Largada do GP de Baku de Fórmula 1  - Foto: Andrej Isakovic/ AFP

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) pediu que os pilotos parem de xingar e que os palavrões transmitidos pelo rádio durante as competições da Fórmula 1 sejam ainda mais controlados.

As expressões chulas em geral já são silenciadas, para não serem exibidas ao público, mas a escalada de xingamentos e o avanço da tecnologia nas comunicações têm preocupado o órgão regulamentador da modalidade, conforme revelou o site Motorsport.

O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, 14 vezes campeão no Rally do Oriente Médio disse ao site entender a emoção do momento, mas afirmou que os pilotos são em parte responsáveis pelo que comunicam no rádio.

"Eu sei, eu era um piloto (...) No calor do momento, quando você acha que está chateado porque outro piloto veio até você e o empurrou...", disse Ben Sulayem, em declarações publicadas pelo Motorsport.

"Quando eu costumava dirigir na poeira [e algo assim acontecia], eu ficava chateado. Mas também temos de ter cuidado com nossa conduta. Precisamos ser pessoas responsáveis", completou.

Os palavrões hoje já são "censurados" pelo FOM, grupo de empresas responsáveis por exercer os direitos comerciais do esporte. A transmissão é atrasada, o que dá tempo de filtrar e vetar expressões chulas.

Pilotos da F1 reagiram ao novo pedido de limitação do palavreado. Lando Norris, da McLaren, e Max Verstappen, da RBR, defenderam que o órgão poderia determinar que nenhuma comunicação seja exposta, em vez de controlar o que os condutores "sob pressão" falam nas corridas.

Ao site, Norris disse que tal limitação faria a F1 "perder a crueza".

"São apenas os caras no calor do momento, sob estresse, sob pressão, lutando, tendo grandes acidentes. É muito mais fácil para eles dizerem do que para nós fazermos, porque estamos na pista, colocando nossos corações em risco ao tentar correr com as pessoas e estamos dando tudo de nós. Nossos batimentos cardíacos estão muito altos. Estamos apenas colocando nossa paixão e nosso amor nisso. É claro que haverá alguns palavrões do outro lado", declarou.

Já Verstappen pediu bom senso às partes envolvidas e destacou que as crianças fãs de F1, quando crescerem, vão andar com amigos e ouvir ou falar palavrões de toda forma.

"Acho que o mundo está mudando um pouco, mas acho que isso já começa com a não transmissão (...) ou não dar a opção para as pessoas ouvirem, em geral. Isso ajudaria muito mais do que proibir os pilotos, porque, por exemplo, eu não poderia nem dizer a palavra com 'F', e nem é tão ruim assim. 'O carro não estava funcionando, o carro está fodido, e desculpe-me pela linguagem' ", argumentou.

Sulayem confirmou que a FIA vai tomar medidas para a redução do número de palavras de baixo calão. Avançam cada vez mais a tecnologia e o acesso dos fãs às câmeras dos pilotos dentro dos carros, o que favorece a transmissão ao vivo das comunicações.

"Temos que diferenciar nosso esporte, o automobilismo, da música rap. Não somos rappers, você sabe. Eles dizem a palavra com 'F' quantas vezes por minuto? Não fazemos parte disso. Eles são eles e nós somos [nós]", disse.

A FIA acionou a FOM para controlar a transmissão de palavrões, sob o argumento de proteger jovens fãs.

"Imagine que você está sentado com seus filhos, assistindo à corrida, e alguém está falando palavrões. Quero dizer, o que seus filhos ou netos diriam? O que você ensinaria a eles se esse fosse o seu esporte?", questionou.

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