Guardiola critica Superliga: 'não é esporte'
“Esporte não é esporte quando não há relação entre esforço e recompensa; se o sucesso é garantido ou se a derrota não é importante”, explicou o catalão
O técnico do Manchester City, Josep Guardiola, criticou nesta terça-feira a criação da Superliga Europeia, torneio idealizado por doze grandes clubes, incluindo o seu, e avaliou que uma competição em que a participação é garantida independentemente do mérito "não é esporte".
“Esporte não é esporte quando não há relação entre esforço e recompensa. Não é esporte se o sucesso é garantido ou se a derrota não é importante”, explicou o catalão sobre uma competição em que seriam reservadas 15 vagas, de um total de 20, todos os anos para as equipes fundadoras.
Uma dessas vagas fixas seria do próprio Manchester City, que está à frente desta iniciativa independente ao lado de outros cinco times ingleses (Manchester United, Chelsea, Arsenal, Tottenham, Liverpool), três espanhóis (Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid) e três italianos (Juventus, Inter de Milão, Milan).
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Outras três equipes, a serem definidas, também teriam garantidas a sua presença anualmente, enquanto as restantes cinco vagas variariam e seriam atribuídas a cinco formações pelos seus méritos na temporada anterior, de acordo com os planos anunciados pela Superliga Europeia.
Guardiola insistiu que ele próprio tinha poucas informações e que espera que os promotores "esclareçam" o seu projeto.
“É necessário esclarecer porque é que essas equipes estão lá dentro e outras, como o Ajax, que já conquistou quatro Ligas dos Campeões, não”, questionou.
"No momento, tudo o que temos é uma declaração. É por isso que é sensível para os treinadores", afirmou.
“Eles precisam esclarecer quais serão as próximas etapas e então as pessoas podem decidir o que fazer”, destacou.
Já o treinador do Liverpool, o alemão Jürgen Klopp, evitou criticar a iniciativa.
"Ouvi falar pela primeira vez ontem (domingo). Tivemos algumas informações, mas não muitas, honestamente, apenas aquilo que saiu nos jornais", disse Klopp à televisão Sky Sports na segunda-feira.
"As pessoas não estão contentes e posso compreender, mas não tenho muito mais a dizer, porque não fomos consultados durante o processo, nem os jogadores nem eu", acrescentou.