Há 10 anos, Brasil conquistava o Mundial de handebol feminino na Sérvia
No confronto final, contra as donas da casa, as brasileiras venceram por 22x20
Com um elenco repleto de jogadoras experientes sob o comando do dinamarquês Morten Soubak, a Seleção Brasileira feminina de handebol surpreendeu na disputa do Mundial da categoria em 2013, na Sérvia. Com uma campanha invicta, as Leoas, maneira pela qual o time passou a ser conhecido, desbancou várias favoritas ao longo do caminho, até bater as donas da casa na grande final.
Pernambuco, grande celeiro de atletas no handebol nacional, também esteve representado, com a armadora central Deborah Hannah e a ponta Samira, que participaram da campanha que levou o País ao título inédito.
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O Brasil entrou na competição no Grupo B, junto com Argélia, China, Japão, Dinamarca e a Sérvia, donas da casa. As brasileiras passaram com tranquilidade pelas argelinas e chinesas nos dois primeiros jogos. Na terceira rodada, diante das sérvias, vitória apertada por 25x23. Na sequência mais um vitória, agora diante das japonesas e, por fim, bateram a tradicional equipe dinamarquesa por uma boa vantagem de cinco gols.
No mata-mata, nas oitavas de final, o Brasil conseguiu construir a vitória com uma vantagem confortável de seis gols, contra a Holanda. Na rodada seguinte, foi diante da Hungria que as Leoas tiveram mais dificuldades. Depois de empate no tempo normal, as brasileiras conseguiram finalmente abrir a vantagem de dois gols, com 33x31, na reta final do segundo tempo da prorrogação.
Nas semis, nova vitória diante do time da Dinamarca, terra natal de Morten Soubak, por 27x21. Alcançando a final inédita, o Brasil enfrentou novamente a Sérvia, diante de quase 20 mil torcedores, na Arena Kombank. Contando com as grandes atuações de Alexandra Nascimento - vice-artilheira do Mundial - que marcou seis vezes na partida, e de Duda Amorim, o Brasil construiu o placar por 22x20.
Análise dez anos depois
Dez anos depois, o atual treinador da Seleção e também pernambucano, Cristiano Rocha, fez um balanço do período da conquista até hoje, indicando que o título naquela ocasião foi fora da curva.
"O título mundial foi incrível, mas se você pegar todos os resultados do Brasil, esse de 2013 foi muito fora da curva. O handebol é uma modalidade dominada pelos europeus, o Brasil conquistou um grande resultado, mas no Mundial seguinte ao título, fomos 10º colocado, então não é uma resultado ‘normal'", disse.
A partir do título, grandes expectativas foram criadas pela torcida, mas os resultados do mesmo gabarito não foram alcançados. Para o treinador, o País vive uma renovação desde o final daquela geração após os Jogos Olímpicos de 2016.
"Essa conquista foi com uma geração que já estava no final da carreira. Então, até as Olimpíadas do Rio de Janeiro foi com essa geração. Tivemos grandes resultados, mas precisamos renovar a equipe desde então, mudamos treinador, veio um espanhol (Jorge Dueñas), que foi uma tentativa de renovação não tão bem sucedida, ficamos em 17º e 19º, começou.
"O Brasil tem dificuldade de renovar comparado com os europeus, então os resultados dizem um pouco onde se pratica mais handebol, onde se tem mais estrutura. Não significa que não podemos repetir algo como aquele de 2013, mas não é a lógica”, concluiu.