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Jiu Jitsu

Jovens atletas pernambucanas criam vaquinha online para disputar Sul-Americano de Jiu Jitsu

Competição para crianças acontece no dia nove de março, no Rio de Janeiro

Helena Regadas e Valentina Alves, atletas pernambucanas de jiu jitsu Helena Regadas e Valentina Alves, atletas pernambucanas de jiu jitsu  - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Foi de dentro de um garagem, no bairro de Jardim Brasil I, em Olinda, que saiu duas das mais promissoras atletas de jiu-jitsu de Pernambuco. Helena Regadas,7, e Valentina Alves, 8, já possuem uma extensa galeria de conquistas na modalidade mesmo sendo tão novas e impressionam pela dedicação que possuem.

As meninas têm um apetite enorme por disputar competições e já miram o Sul-Americano, que será disputado entre os dias 9 e 10 de março, no Rio de Janeiro. Para cobrir com as despesas e as taxas de inscrição, Helena e Valentina contam com a ajuda dos responsáveis para bolar rifas, vaquinhas e vendas de lanches. 

"Toda competição que elas participam são pagas, tanto em Pernambuco ou em outro estados, então temos um gasto muito grande com o pagamento das inscrições, transportes e às vezes dependendo do local a gente precisa de hospedagem e alimentação. Também tem a cobertura de filmagem e fotos, para ter algo mais profissional mesmo para a divulgação delas", começou Emilayne Regadas, mãe de Helena. 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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"É uma despesa bem alta, então a gente sempre vende lanche nos campeonatos e como elas estão querendo ir ao Rio de Janeiro em março, no dia 9, competir o Sul-Americano, a gente está correndo atrás. Já fizemos rifa, vaquinha no Instagram, a gente está pedindo ajuda de qualquer valor", completou.  

Potencial que salta aos olhos

A pequenas atletas começaram no jiu-jitsu aos cinco anos de idade. Em três anos de dedicação, conquistaram diversas vitórias, refletidas em 22 títulos para Valentina e 23 para Helena. Para Alexssander Leão, treinador da Academia The Bushi Team, o talento delas saltou aos olhos ainda nos primeiros treinos. “A partir do momento em que comecei a dar aulas para elas, percebi que tinha algo diferente, uma agressividade e só faltava uma orientação mesmo. Quando eu falei com os responsáveis para levar para competições, eles abraçaram a ideia, foram se destacando, ganhando vários torneios, fora ter disputado competições de expressão, em São Paulo e no Rio de Janeiro”, comentou. 

Para o mestre das garotas, o fato de receberem o apoio dos pais durante essa trajetória vem sendo algo fundamental para o desenvolvimento delas. "O engajamento dos pais é de suma importância para o desenvolvimento dessas crianças no mundo das competições. Se os responsáveis não levam muito a sério, acaba que a criança vai se desmotivando, não corre atrás de uma inscrição e dessa forma a gente vai perdendo vários talentos. O engajamento dos pais é muito importante, tanto na escola, quanto no esporte", disse.  

Esporte como aliado 

Mais do que uma atividade esportiva, o jiu-jitsu é um espaço seguro para as garotas. É um suporte que as ajuda a vencer as dificuldades do dia a dia, além de um aliado para a saúde mental delas. Helena, diagnosticada com TDH, e Valentina, enfrentando ansiedade, possuem acompanhamento de uma neuropsicóloga. Para quem acompanha as duas de perto, conseguem perceber uma melhora na concentração, elaboração de estratégias, disciplina e controle emocional.

“O diagnóstico de TDH  foi recente, ela recebeu no ano passado, porém quando a gente recebeu a análise, a neuropsicóloga informou que se não fosse o esporte na vida dela, ela estaria muito atrasada no desenvolvimento. Então, mesmo sem saber do transtorno, a gente tem consciência que o esporte ajudou muito na reabilitação dela", relataram Fred e Emilayne Regadas, pais de Helena. 

“Desde a separação dos pais, ela ficou muito ansiosa, desenvolveu TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo). Levamos ao psicólogo e até hoje tem o acompanhamento. Hoje ela abre mão de qualquer coisa, de ir ao shopping ou qualquer outro tipo de diversão, e diz que o lazer dela é lutar. Os sintomas melhoraram graças a Deus. O jiu-jitsu ajudou ela a ter mais equilíbrio", disse Jaqueline Alves, avó de Valentina. 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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