Inquérito sobre assassinato de Leandro Lo passa a ter sigilo de Justiça
Lutador de jiu jitsu, oito vezes campeão mundial, foi morto com um tiro na cabeça por um tenente da Polícia Militar, em um show, em clube na capital paulista.
O inquérito de número 1517818-172022.8.26.0228, que investiga o assassinato do lutador de jiu jitsu Leandro Lo, enterrado nesta segunda-feira, em São Paulo, entrou em sigilo de Justiça. Assim, o acesso ao dados do caso estão restritos ao Ministério Público, ao delegado de polícia responsável pelo caso, na 16 DP e às partes.
O sigilo ou segredo de justiça é utilizado na fase investigatória do processo penal devido à necessidade de preservação de provas e com intuito de não prejudicar as investigações.
O Tribunal de Justiça de São Paulo explicou via nota que "nessa fase de investigações os autos tramitam em segredo de justiça para não atrapalhar as diligências da autoridade policial".
Após questionamento do 'Globo' sobre quem havia requerido a restrição ao inquérito policial, o TJ respondeu via nota que "a autoridade poderá determinar o sigilo do inquérito quando tal providência se fizer necessária à elucidação dos fatos ou quando for de interesse da sociedade, conforme dispõe o art. 20 do CPP".
A nota diz ainda que: "com o objetivo de garantir a efetividade da medida cautelar de prisão temporária, como é o caso do inquérito policial em questão, o próprio sistema insere o sigilo externo, assim, nessa fase, os autos são acessíveis somente ao juízo, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, até a sua revogação".
Procurado, o advogado que representou a família de Lo neste início do inquérito, disse que ainda não foi oficializado como o representante legal. E que aguarda esta confirmação para continuar à frente do caso e ter acesso aos autos.
O tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira, suspeito de ter feito o disparo, se entregou na noite de domingo, passou por audiência de custódia e segue preso no Presídio Romão Gomes, da PM, na zona norte.
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Ele foi indiciado sob suspeita de homicídio qualificado por motivo fútil, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. Amigos e familiares acreditam que Velozo, que é faixa roxa de jiu jitsu, já conhecia Leandro e o provocou em show propositalmente.
Testemunhas contaram que os dois se desentenderam após Velozo entrar na roda de amigos de Leandro, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. De acordo com os relatos, o policial tentava provocar o atleta.
Leandro teria em seguida derrubado o homem e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, ainda segundo relatos.
O homem teria, então, sacado uma arma e atirado uma única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa. A vítima chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local e foi levada ao hospital, mas não resistiu.
Velozo estava de folga, sem uniforme e com arma particular. Foi reconhecido por testemunhas após o clube fornecer à polícia lista de frequentadores com autorização de porte de arma. Neste domingo, ele se entregou na Corregedoria da Corporação após decretação de prisão preventiva.