Jairo Rocha analisa período como presidente do Santa Cruz: "Minha missão está cumprida"
Jairo comandou o Santa Cruz por 54 dias após a renúncia de Antônio Luiz Neto; Bruno Rodrigues será empossado nesta segunda (20)
Do dia 27 de setembro até a próxima segunda-feira (20). Esses pouco mais de 50 dias marcam o mandato de Jairo Rocha como presidente do Santa Cruz. Empossado em meio à turbulência política que culminou na renúncia de Antônio Luiz Neto, Jairo vai passar o comando da Cobra Coral para Bruno Rodrigues com sentimento de “missão cumprida”, revelou em entrevista à Folha de Pernambuco. O mandatário desse período comentou sobre a política do clube, SAF e salários atrasados.
Jairo Rocha afirmou que nunca teve o desejo de se tornar presidente do Santa Cruz. “Entrei como o vice-presidente de Antônio Luiz Neto, mas sempre com a intenção de que ele concluísse o mandato”, mas recebeu a missão com o objetivo de pacificar o clube politicamente.
“Procurei analisar os problemas que tinham no clube, por exemplo a desunião. Os poderes executivo e deliberativo não conversavam e isso estava afetando o Santa Cruz de se desenvolver. Junto com todas as lideranças, conseguimos pacificar o clube. Não foi fácil, mas dentro do que me propus a fazer foi possível”, disse.
De acordo com Jairo, essa pacificação do Santa foi vista durante a aclamação de Bruno Rodrigues.
"Senti uma atmosfera completamente diferente. Todos os torcedores presentes com uma energia muito positiva. Todo mundo acreditando e sentindo que o Santa Cruz mudou. Bruno vai assumir agora como presidente, com uma equipe boa. Torcer para que ele faça um grande mandato. Minha missão está cumprida", pontuou.
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SAF
Após assumir o mandato do Santa Cruz, Jairo Rocha sempre defendeu a transformação em SAF como a solução para a Cobra Coral. O então presidente chegou a afirmar que tinha um projeto 90% encaminhado. Entretanto, ele vai deixar o mandato sem efetivar essa mudança.
“Está 90% encaminhada. Quando eu assumi e coloquei esse assunto em evidência da SAF de forma contundente para a torcida, tentei concretizar os 10%. No entanto, o grupo que está conosco até hoje achou melhor retardar nossa negociação para depois das eleições com um novo presidente”, explicou Jairo Rocha.
A partir de agora, quem deve definir os rumos da transformação do Santa Cruz em Sociedade Anônima do Futebol é o presidente Bruno Rodrigues e sua gestão. A posse vai acontecer nesta segunda-feira (20), no Arruda.
“Com a pacificação política, o clube está mais leve para comandar. A SAF vai ser estudada por Bruno e sua equipe para depois ser apresentada ao Conselho. Isso não será mais gestão minha. Tem outra SAF que está para ser apresentada através do advogado Lucas Cavalcanti que será dada sequência normalmente. O que aparecer de bom será resolvido”, concluiu Jairo.
Jairo Rocha negou qualquer tipo de negociação com o ex-jogador Mancuso. O argentino chegou a afirmar em outubro que iria apresentar uma proposta para tornar o Santa Cruz SAF.
“Nunca chegou. A única vez que Mancuso conversou conosco foi com o ex-presidente Antônio Luiz Neto em maio deste ano para trazer alguns jogadores para o Santa Cruz. Desde esse momento até o final do mandato, eu não recebi nenhuma proposta nem tive contato com Mancuso”.
Salários atrasados
Outra questão que não conseguiu ser solucionada durante a curta passagem de Jairo como presidente do Santa Cruz foram os salários atrasados com funcionários. A justificativa foi a situação de Recuperação Judicial que o clube se encontra.
“O Santa Cruz está em recuperação judicial. Ficou muito difícil conseguir patrocínios com antecipação de recursos porque quem está em RJ não pode antecipar receitas. Procurei fazer meu mandato dentro da lei da recuperação judicial. Não abrimos mão disso, porque sem a RJ não tem SAF. Mas com certeza vai ser encontrada uma solução com Bruno para que até o final do ano essa situação dos salários atrasados seja resolvida”, comentou.