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Futebol

Jogadora de futebol deixa os EUA por racismo e saúde mental

Zagueira Kaiya McCullough defendia o Washington Spirit, time que disputa a National Women's Soccer League, principal liga feminina de futebol dos EUA

Kaiya McCullough, jogadora de futebol estadunidenseKaiya McCullough, jogadora de futebol estadunidense - Foto: Reprodução/Twitter

País com o maior número de casos de pessoas infectadas com a Covid-19 no mundo, os Estados Unidos vivem em meio a problemáticas sociais e políticas que se somam às instaladas pela pandemia. Uma delas é o racismo. Ainda em meio ao cenário de efervescência de protestos antirracistas, a zagueira Kaiya McCullough decidiu pedir a rescisão de contrato com o Washington Spirit, time que disputa a National Women's Soccer League, principal liga feminina de futebol dos EUA para recomeçar uma nova vida na Alemanha. Até então, longe do que pudesse remeter a situação enfrentada em seu país.   

Aos 22 anos, Kaiya se viu no entremeio de seguir o sonho no futebol e de manter-se saudável, em meio aos problemas sistemáticos sentidos na pele pela população afrodescente dos Estados Unidos. Hoje defendendo um time da Segunda Divisão do Campeonato Alemão, a atleta comentou sobre sua decisão de deixar seu país de origem.

“Eu apenas queria me colocar em um lugar para ser o melhor que eu poderia ser, e no ambiente em que eu estava, eu não acho que isso estava acontecendo”, disse em entrevista à BBC Sports Londres. “Por mais estressante que tenha sido atravessar o Oceano Atlântico, eu acredito que realmente vou conseguir o que vim fazer aqui, que foi ter uma espécie de pausa para a saúde mental, apenas saindo da atmosfera que acomete os Estados Unidos agora”, acrescentou. 

 

O ativismo da jogadora começou a ser mostrado em campo ainda no segundo ano de graduação na Universidade da Califórnia, quando se ajoelhou durante o hino nacional em solidariedade ao quarterback Colin Kaepernick, que, na ocasião, protestava contra o racismo e a brutalidade policial.  

Filha de pai negro e mãe branca, a jogadora conta que chegou a um período em que chorava dia e noite e que se via no dever de se colocar sobre a violência racial, simbólica e física, nos EUA. Além disso, a zagueira falou sobre o peso sentido por atletas negros em meio a todo esse cenário. 

“A coragem que tenho visto no esporte, através do mundo, especialmente com atletas negros que estão carregando esse fardo, é imensurável, porque ter vivido com esse fardo é pesado”. 

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