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ENTREVISTA

"Jogo e trabalho pela minha família", diz Éverson, goleiro do Atlético-MG

Jogador revela que pensou em deixar o futebol em 2014 e relembra compra do primeiro carro, parcelado em 60 vezes

Everson, goleiro do AtléticoEverson, goleiro do Atlético - Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

Guardião do gol do Atlético-MG pela quarta temporada, Éverson entra em campo neste sábado (8), contra o Corinthians, pelo Brasileiro, em meio a uma polêmica que se tornou pública no início da semana.

O goleiro de 32 anos procurou a polícia de Minas Gerais para denunciar a fotógrafa Fabiana Coelho de Souza por tentativa de extorsão. Um inquérito foi aberto e, no último dia 30, agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na casa dela, em Belo Horizonte.

Na última quarta-feira, em entrevista coletiva, ela negou o crime e afirmou que teve um caso com o jogador por dois anos, até o mês passado. De acordo com a Polícia Civil mineira, Éverson admitiu o relacionamento extraconjugal.

Personagem da série “Brasileirão no Divã”, o goleiro foi entrevistado antes de a história de traição e chantagem vir à tona. Por meio de sua assessoria, não quis se pronunciar sobre ela, mas assegurou que o casamento de 13 anos com Rafaela Vieira, de 40 anos, mãe de seus três filhos (Marcos Paulo, de 13, Melissa, de 10, e Rafael, de 8), não foi abalado.
 

Qual seu maior sonho?
Hoje, o principal é poder jogar pela seleção brasileira, não só ser convocado. Quero entrar em campo vestindo a camisa e jogar 90 minutos com a seleção. Uma Copa do Mundo seria o auge, mas só de poder representar meu país em um amistoso, uma Copa América, uma Olimpíada…

Você já disse que pensou em abandonar o futebol. Por quê?
Em 2014, saí do Guaratinguetá e fui para o River-PI. Fui sozinho e ficava num hotel na frente da rodoviária. Foi muito sofrido, porque estava sem minha família — já tinha dois filhos na época. Cheguei a ligar para minha esposa falando que não estava aguentando mais e queria ir embora. Só que não tinha nenhuma proposta, nenhuma perspectiva. Então o clube se disponibilizou a ajudar, e consegui um apartamento bom de três quartos, em que cabia minha família. Quando eles chegaram, tudo começou a melhorar.

Você se casou muito jovem. Como se conheceram?
A gente se conheceu na escola, eu era aluno dela. Tínhamos essa relação um pouco proibida. Rafaela é formada em línguas, dava aula de inglês numa escola do governo. Eu era muito jovem, quase 17 anos, e ela já era maior de idade. Não começamos namorando, mas com meus 17 anos a gente meio que namorava, já tinha esse relacionamento proibido. Crescemos juntos. Com 19 anos, nos casamos com ela grávida. Hoje, temos 13 anos de casados, 15 anos juntos. Se não a tivesse comigo durante esse tempo, não sei se estaria aqui hoje.

Do que sente saudade?
Ficar no gol para meu pai. Ele jogava como goleiro amador, e eu era gandula dele. Se a bola ia para fora, entrava no matagal para pegar. Nos intervalos dos jogos, eu ficava no gol, com ele chutando. Aos 5 anos, já me jogava no chão, já tinha esse desejo de ser goleiro.

Por quem você joga?
Pela minha família. São quatro pessoas especiais: minha esposa e meus três filhos. Jogo e trabalho por eles.

Qual foi o primeiro sonho de consumo realizado?
Meu primeiro desejo foi ter um carro. Consegui aos 18 anos. Paguei no boleto em 60 vezes. O próximo é terminar a casa do meu pai. Já que são separados, me deram essa dor de cabeça (risos), tive que dar uma casa para cada um.

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