Juíz observa 'ameaça à democracia' e ilegalidade do adiamento das eleições no Santa
Decisão estabelece multa a cada dia que a cúpula coral não marcar as novas eleições
O juíz da 2ª Vara Cível da Capital, Julio Cezar Santos da Silva, decretou ilegal a decisão que estenderia o mandato da atual gestão do Santa Cruz até de julho de 2021 e, consequentemente, adiaria as eleições para a presidência do clube. O veredito estipula o prazo de cinco dias para a presidência coral designar a data da assembleia geral que vai eleger os novos membros do Conselho Deliberativo, sob pena de multa de R$ 20 mil por cada dia de atraso. O clube ainda pode recorrer.
O texto publicado nesta terça-feira (6) lembra que a data da votação para o Conselho Deliberativo deveria ser definida até o dia 15 de janeiro, e usar o pretexto da pandemia - quando não havia iniciado -, para não estabelecer a data das eleições e prorrogar o mandato soa "casuística, inconstitucional e representa uma ameaça à democracia - a qual deve existir inclusive no ambiente futebolístico".
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Um dos líderes do Movimento Intervenção Popular Coral, Jhonny Guimarães, pede mais transparência do clube. "Se o objetivo deles é estender o mandato pra preservar a Série C e a luta pelo acesso, eles tem que ser claros. Ver a legalidade disso, convocar os sócios e colocá-los pra decidirem se é válido estender o mandato ou não. Qualquer outra forma que seja feita é plenamente ilegal. Essa primeira decisão mostra que não é só um movimento de oposição pra tumultuar ou algo do tipo. Existe fundamento pra decretar que aquela decisão foi ilegal."
Antes da resolução da justiça surgir, o mandatário Constantino Júnior havia esclarecido à Folha de Pernambuco porque o clube decidiu postergar as eleições.
“Não é que tenha sido estendido até julho. Isso era uma prerrogativa que existia para que pudesse, a partir daí, ter o entendimento da data exata (das novas eleições). Isso aí não sou eu, foi uma lei. O conselho, inclusive, tentou dialogar, mas a reunião se estendeu, ficou por um lado de discussão e o conselho acabou soltando o comunicado, mas que não foi uma decisão que revogava uma colocação. Ele, inclusive, colocou aquilo para que até a próxima reunião tivesse esse entendimento”.