Justiça condena ex-técnico de ginástica a 109 anos de prisão por de estupro de vulnerável
Fernando de Carvalho Lopes vai recorrer em liberdade
O ex-técnico de ginástica Fernando de Carvalho Lopes foi considerado culpado na acusação de abusos sexuais a ginastas em decisão publicada na última segunda-feira (03), pela 2ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo. A condenação em primeira instância é de 109 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado. Como ainda cabe recurso, Fernando vai recorrer em liberdade. A informação foi divulgada pelo GE.
“Tendo em vista que os delitos foram praticados pelo acusado contra quatro vítimas distintas, envolvendo, portanto, desígnios autônomos e lesando bens personalíssimos, reconheço que todos foram praticados em concurso material, na forma descrita no artigo 69 do Código Penal, devendo as penas serem todas somadas, totalizando 109 (cento e nove) anos e 08 (oito) meses de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena será o fechado, em razão do quantum de pena aplicado, da gravidade e da hediondez do crime de estupro de vulnerável praticado pelo acusado contra quatro vítimas, durante longo período de tempo, valendo-se da sua condição de técnico dos atletas e da autoridade que exercia sobre elas,” diz um trecho da decisão publicado pelo GE.
O caso
A primeira vítima a denunciar o caso tinha nove anos quando começou a treinar com Fernando no Mesc, clube da cidade de São Bernardo do Campo (SP). Aos 13 anos, em 2016, contou aos pais o que vinha acontecendo. A denúncia afastou da seleção brasileira o treinador.
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"Os meninos fazendo exercício na barra, ele apalpava. Toda hora era mão nas nádegas do menino, apalpando mesmo", disse a mãe do ex-ginasta, cuja identidade também foi mantida em sigilo. "(O filho) tinha futuro. Só que cortou o sonho", completou.
Relato famoso
Nem todos os acusadores, porém, foram mantidos em sigilo. Petrix Barbosa, campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2011 por equipes, era um dos principais alvos de Fernando no Mesc. Hoje morando nos EUA, Petrix afirmou que o treinador pedia para tomar "banho junto, espiar". "Já acordei com a mão dele dentro da minha calça", contou.