Leila x Landim: os próximos passos da 'guerra de titãs' de Palmeiras e Flamengo pela Liga
Polarização entre os clubes ganhou mais força fora de campo após revelações de atritos entre os dirigentes
O embate agora público entre Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Rodolfo Landim, mandatário do Flamengo, promete ter desdobramentos no próximo encontro para discutir a Liga no Brasil.
Uma nova proposta está em discussão entre os clubes para ser apresentada na próxima assembleia da Libra, grupo do qual fazem parte os dois clubes, em que hoje qualquer decisão é por unanimidade.
O que está em jogo?
Pelo estatuto, se uma equipe discordar de algo que está em discussão, a decisão não vai adiante. Na prática, qualquer flexibilização que tem se tentado é vetada pelo Flamengo, o que irritou o Palmeiras.
Os bastidores da "guerra de titãs" entre Leila e Landim foram revelados pelo blog Panorama Esportivo na última quinta-feira, com direito a detalhes do descontentamento da presidente alviverde.
Em seguida, Leila deu declarações sobre o tema de forma aberta à TV Globo e em uma entrevista coletiva de apresentação de jogadores na sexta-feira.
Até agora, Landim se manteve recluso em meio à troca de técnico do Flamengo e vai manter a postura nos bastidores da discussão da Liga para seguir em defesa dos interesses do clube. A única resposta à Leila foi ter se recusado a voltar ao Brasil após o sorteio da Libertadores no jato da colega.
O novo embate entre os presidentes vai acontecer quando houver a discussão a respeito da tal regra da unanimidade, hoje válida pelos primeiros cinco anos de contrato da Libra com o fundo Mubadala, investidor que prevê investir até R$ 4,75 bilhões na futura Liga.
Após esse primeiro momento, só haveria necessidade de 85% de votos para alterar a regra de distribuição de receitas, mas os clubes se movimentam para tentar tirar o peso do Flamengo agora.
Mudança aprovada
Em fevereiro, a Libra decidiu mudar a divisão do dinheiro. Foram estabelecidos critérios pelos quais o dinheiro chegaria a uma proporção de 3,4 vezes entre o time que mais ganha e o que menos ganha. Apesar da unanimidade, o Palmeiras, através de Leila, se transformou na principal voz contra a postura centralizadora de Landim, que internamente dá nome à futura Liga, chamada a "Liga do Landim".
Não à toa. Hoje, Flamengo e Corinthians dão as cartas protegidos por uma cláusula de estabilidade que não altera suas receitas nesses primeiros cinco anos de transição da Liga.
O mecanismo é apresentado da seguinte forma: "Caso a receita da Série A seja menor ou igual à temporada 2022, os dois clubes manterão o percentual de receitas auferido naquela temporada (em números absolutos, a receita de cada um pode ser inferior à temporada de 2022, sem transferir risco para qualquer outro clube)."