Linha do tempo: veja cronologia do maior esquema de manipulação de jogos do país
Foi o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que começou a "desvendar" rede de apostadores que cooptavam atletas
A Operação Penalidade Máxima começou quando o presidente do Vila Nova (GO), Hugo Jorge Bravo, tomou conhecimento de que um de seus jogadores, Marcos Vinicius Alves Barreira, o Romário, estaria envolvido em manipulações de resultados. Bravo iniciou investigação própria e chegou até Bruno Lopez, líder do grupo e responsável por entrar em contato com os atletas.
Dos seis jogos da Série A de 2022 sob suspeita, quatro já tiveram confirmações de irregularidades, segundo os investigadores: Santos x Avaí, Santos x Botafogo, Palmeiras x Juventude e Goiás x Juventude.
À medida que o MP passou a investigar ficou claro que a manipulação foi além do futebol goiano. E mesmo com a investigação, o grupo continuou manipulando apostas em 2023, chegando aos campeonatos estaduais de São Paulo, Paraíba, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Ao menos quatro jogadores investigados pelo Ministério Público de Goiás fizeram acordo e estão colaborando com as investigações.
O início: novembro de 2022
O presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, recebeu informações de que Romário, volante do clube, havia sido cooptado por um grupo de apostadores para cometer um pênalti no duelo contra o Sport, na Série B. Ele faz denúncia ao Ministério Público.
Fevereiro de 2023
O Ministério Público de Goiás deflagrou a primeira fase da operação Penalidade Máxima, apontando manipulação em quatro jogos da Série B.
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14 de fevereiro
Mandado de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão são expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores. Bruno Lopes de Moura, apontado como líder do grupo que manipulava apostas esportivas, é preso em São Paulo.
19 de fevereiro
Tribunal de Justiça de Goiás acolheu pedido de habeas corpus para liberar o empresário Bruno Lopez de Moura da prisão temporária.
Abril de 2023
As investigações continuaram e a segunda fase revelou que o esquema se estendeu até a jogos da MLS, liga de futebol dos Estados Unidos, além de manipular resultados de Estaduais e das Séries A e B do Brasileirão.
18 de abril
Foram expedidos três mandados de prisão preventiva e outros 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados.
19 de abril
Bruno Lopes de Moura, apostador que havia sido detido na primeira fase da operação, foi preso em São Paulo.
8 de maio
Revista Veja publica diálogos entre Eduardo Bauermann e um membro da quadrilha que manipulava apostas esportivas.
9 de maio
Santos afasta o zagueiro Eduardo Bauermann; ele é o primeiro jogador a ser afastado de seu clube após ter nome envolvido no escândalo.
10 de maio
Fluminense afasta Vitor Mendes, Cruzeiro afasta Richard, Athletico-PR afasta Pedrinho e Bryan García, América-MG afasta Nino Paraíba, São Bernardo afasta Fernando Neto, Avaí afasta Raphael Rodrigues.
10 de maio
Confederação Brasileira de Futebol se manifesta pela primeira vez sobre o assunto e descartou a possibilidade de anular jogos envolvidos no esquema de manipulação de resultados. A entidade diz que o presidente Ednaldo Rodrigues “enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação”.
11 de maio
O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) emitiram nota na qual defendem a regulamentação do setor das apostas.
11 de maio
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o presidente da República pediu prioridade na apuração de suspeitas de manipulações no futebol brasileiro. Dino informou que o inquérito da Polícia Federal será instalado até sexta-feira.