Futebol

Manipulação: Fifa bane três, pune oito e amplia sanção de brasileiros para o mundo

Entidade que comanda o futebol mundial divulgou lista com atletas punidos nesta segunda (11)

Ygor Catatau foi um dos atletas banidos do futebolYgor Catatau foi um dos atletas banidos do futebol - Foto: Ronald Felipe/Sampaio Corrêa

A Fifa anunciou, nesta segunda-feira (11), a punição de 11 jogadores envolvidos em manipulação de resultados no futebol brasileiro, após investigação realizada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), através da Operação Penalidade Máxima. Dos suspensos, três atletas foram banidos: Ygor Catatau, Gabriel Tota e Matheus Gomes.

Entre os demais jogadores punidos, Paulo Miranda e Júnior Moraes ficarão afastados das atividades por 720 dias. Paulo Sérgio, Mateusinho e André Queixo tomaram gancho de 600 dias. Já Fernando Neto, Eduardo Bauermann e Kevin Lomónaco foram suspensos por 360 dias. 

Em seu site oficial, a Fifa informou que a punição, antes válida apenas no Brasil, foi ampliada para âmbito mundial. "Como resultado da colaboração exemplar com a Confederação Brasileira de Futebol e em conformidade com o artigo 70 do Código Disciplinar da Fifa, o presidente da Comissão Disciplinar da Fifa decidiu ampliar a âmbito mundial as ditas sanções".

Vale lembrar que quando as punições foram aplicadas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportivo (STJD), ficou a critério das demais confederações aderirem a decisão. Com isso, países como Turquia e Ucrânia, por exemplo, não acataram. Atualmente, o zagueiro Eduardo Bauermann atua no futebol turco, enquanto Dadá Belmonte - também investigado - está emprestado ao futebol ucraniano. 

Os jogadores banidos ainda podem recorrer da decisão da Fifa. O caso, porém, é considerado complexo, e as chances das sanções serem revertidas são consideradas mínimas. 

As sanções da entidade que comanda o futebol mundial vão de acordo com as penas que já haviam sido impostas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 

Trajetórias dos atletas banidos

Ygor Catatau 

O nome mais conhecido é o de Ygor Catatau, e o atacante foi o primeiro jogador a ser banido do futebolo pelo STJD. Ele foi acusado pelo MPGO de ter manipulado a partida entre Sampaio Corrêa e Londrina, pela Série B, e os promotores afirmam que Catatau cooptou outros quatro atletas para participar do esquema. Todos eles receberam R$ 10 mil antecipado com a promessa de que outros R$ 140 mil seriam dados a eles caso cometessem um pênalti de propósito, e ele conseguiu convencer Matheusinho (ex-Cuiabá) conseguisse realizar.

Catatau começou a carreira na base do Madureira, onde permaneceu até 2015 e depois teve passagens por clubes de maior expressão. Suas duas principais equipes foram o Vasco, entre 2020 e 2021, e o Sampaio Corrêa, entre 2021 e 2022, onde as investigações apontam a participação no esquema de apostas. Apesar de esforçado e ter sido visto como uma aposta de talento que despontaria tardiamente, as limitações técnicas o impediram de ter uma sequência. O cruz-maltino terminou rebaixado, com Ygor Catatau atuando em 19 partidas, marcando apenas um gol e dando uma única assistência. Seu gol mais marcante foi em um clássico contra o Botafogo pelo Brasileirão.

Matheus Phillipe

O goleiro Matheus Phillipe deu seus primeiros passos com a bola na base do Fluminense, mas não chegou a atuar pelo profissional. Ele tem passagens por outras equipes do Rio (São Gonçalo, Macaé, Serra Macaense e Olaria), de Minas Gerais (América de Teófilo Otoni e Ipatinga) e pelo Sergipe, onde foi aliciado pelos apostadores.

Gabriel Tota

Já Gabriel Tota atuava como uma espécie de intermediador da quadrilha dentro do Juventude, onde jogava no ano passado. Em outubro, segundo mais um áudio de Bruno Lopez, Tota teria indicado o lateral Pará, que era seu colega de time e hoje está no Santo André, para a quadrilha. A investigação aponta que Tota recebeu três valores suspeitos, de R$ 15 mil, de R$ 5 mil e de R$ 50 mil, todos enviados por membros da quadrilha que já foram presos pela operação, e em depoimento, o jogador afirmou que "não se recorda" da entrada do dinheiro na conta.

Com apenas 21 anos, ele começou a carreira no Grêmio Novorizontino, e já atuou como profissional no Rio Preto, Mirassol, Juventude — onde cometeu as irregularidades — e Ypiranga, mas terminou a carreira sem títulos conquistados.

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