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Marino Abreu consegue efeito suspensivo e retorna à presidência do Conselho Deliberativo do Santa

Reunião Extraordinária do CD, que aconteceria na sexta (4), está suspensa até o julgamento de mérito do recurso

Marino Abreu, durante entrevista coletiva no auditório do clube coralMarino Abreu, durante entrevista coletiva no auditório do clube coral - Foto: Diego Borges/Santa Cruz Futebol Clube (SCFC)

Marino Abreu está de volta à presidência do Conselho Deliberativo do Santa Cruz. O mandatário estava afastado do cargo desde junho, juntamente ao conselheiro Eduardo Cavalcanti, por decisão do juiz Arnóbio Amorim Araújo Júnior, que conduz o processo de Recuperação Judicial do clube. A alegação para a decisão era de deixar "mais leve" o ambiente entre os poderes Executivo e Deliberativo. Nesta quinta (3), porém, Marino obteve o efeito suspensivo na Justiça para retomar ao posto. 

A decisão vem logo após o Santa Cruz, por meio do processo de Recuperação Judicial, apresentar um ofício com "diversas e graves" irregularidades no Conselho Deliberativo, pedindo a saída em definitivo de Marino. Com a mudança, a reunião extraordinária do CD, que aconteceria na sexta (4), está suspensa até o julgamento de mérito do recurso.



Entenda o cenário político do Santa

De acordo com o documento, ao qual a reportagem da Folha de Pernambuco teve acesso, as acusações contra Marino Abreu eram de: ausência de cobranças mensais aos conselheiros, acarretando perda aproximada de R$ 686,000.00 em 27 meses; não cumprimento das 300 posses dos novos conselheiros, tendo deixado de arrecadar R$ 585.000,00; irregularidades em movimentações financeiras de recursos do Conselho Deliberativo; ausência de livros de registros de atas das reuniões; e a contratação do escritório de advocacia "Eduardo Cavalcanti Sociedade Individual de Advocacia", empresa do conselheiro afastado.

Também foi dito que, enquanto presidente do CD, ele deixou de cobrar pagamentos "certamente para angariar frutos políticos no ambiente associativo do clube" e a acusação de que ele "insistia em realizar reuniões exclusivamente virtuais, com forte restrição de acesso e voz a conselheiros divergentes".

Por conta da falta de cobrança do pagamento mensal aos conselheiros, bem como a negativa em conceder posse aos 300 conselheiros, o Santa Cruz teria deixado de arrecadar aos cofres R$ 1. 271.000,00 (um milhão, duzentos e setenta e um mil reais).

O ofício tem a assinatura dos advogados Victor Souza Soares, Eduardo Augusto Paurá Peres Filho, Lucas Rodrigues do Carmo, Gilberto Gornati, Luiza Serodio Giannotti, Gabriela Mendes Maria e Ivo Waisberg. Os dois primeiros são de Pernambuco e o restante de São Paulo.

O que foi feito até agora

Como "prestação de contas", o documento também detalhou, em três pontos, o trabalho que está sendo feito nos bastidores, em meio ao processo de RJ no clube. Confira abaixo:

1) Uma reunião, em 21 de junho, para convocar os 300 conselheiros eleitos no mês anterior.
2) Eleição dos membros da Comissão Patrimonial, com abertura de espaço para sugestões de medidas administrativas a fim de garantir "pleno e harmônico funcionamento" do Santa Cruz.
3) Apresentação de um relatório preliminar de trabalho.

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