Futebol

Martelotte prega regularidade no Santa e cita 'caso Ratinho': "quem estiver insatisfeito, pode sair"

Treinador declarou que não vai segurar jogadores que estão descontentes no Tricolor

Marcelo Martelotte, técnico do Santa CruzMarcelo Martelotte, técnico do Santa Cruz - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Após o empate em 1x1, com o Lagarto, no Arruda, que garantiu a classificação do Santa Cruz à próxima fase da Série D do Campeonato Brasileiro, o técnico Marcelo Martelotte já voltou suas atenções para o desafio seguinte do torneio. A etapa de pontos corridos termina e começa o mata-mata. O adversário coral será o Retrô.

“O regulamento nos indica que tudo zera. Já passamos por isso antes. A vantagem que alguns têm é de decidir em casa. No caso do primeiro confronto com o Retrô, ele não vai ter porque os dois jogos serão no Recife, em um campo (Arena de Pernambuco) que conhecemos, sem a pressão dos torcedores. Acho que eles lamentaram muito isso. Se eles enfrentassem um time de outro local, eles teriam essa vantagem”, afirmou. 

Sobre o jogo, Martelotte ressaltou a diferença de posicionamento do Santa Cruz nos dois tempos. “O primeiro foi ruim e o resultado final foi justo porque fomos melhores do segundo. O jogo acabou com o Santa pressionando o adversário e fica a impressão que tivemos mais perto da vitória. Até acho que criamos mais oportunidades do que eles tiveram no primeiro. Acho que a ansiedade tomou conta depois do gol deles. Tivemos um time nervoso, errando muito passe, perdendo posse de bola e se desorganizando. Tivemos a felicidade de fazer o gol e ir ao intervalo com o empate”, disse.

“Do jeito que foi ruim o primeiro tempo, se eu pudesse mudar seis, sete jogadores, eu mudaria. Mas você não muda a cara da equipe só substituindo. A reação foi boa. Quem entrou, manteve o time em um ritmo melhor. Agora, pensando no mata-mata, sabemos que não podemos oscilar tanto. Regularidade é a palavra que vamos buscar. Hoje, eu saio aliviado pela classificação, mas não eufórico”, completou.

Caso Ratinho

O técnico também foi questionado sobre o desabafo do lateral-direito Edson Ratinho, que reclamou dos salários atrasados e da falta de participação da diretoria na semana decisiva antes do jogo contra o Retrô. Em resposta, Martelotte ratificou o que foi dito anteriormente pelo presidente coral, Antônio Luiz Neto. Depois, foi além, dizendo que “quem não estiver satisfeito no clube, pode sair”.

“Não sei o que ele (Ratinho) falou. Ainda vou ouvir o jogador. O que o presidente falou, não vou mexer uma vírgula. Em termos de esforço da diretoria, do pagamento de direito de imagem. O Santa vive hoje da presença do torcedor no estádio. As dificuldades existem. Sei o que o clube passa, mas se você tem a expectativa de achar um clube diferente, você não vai encontrar. Isso não significa que a diretoria não se esforça em honrar os compromissos. O presidente esteve aqui na quinta, assim como a diretoria inteira. Temos que ver o que foi dito e qual é o pensamento do jogador. Falei aqui quando cheguei: o jogador que estivesse insatisfeito, eu não ia querer trabalhar. Naquela época, se falava em uma saída em massa, mas não aconteceu. Tivemos algumas saídas nesse período, como Rodrigo Yuri e Guilherme, que me comunicaram que queriam sair por conta de outras situações. E não vou segurá-los. Só ficará aqui quem pensa no sucesso do Santa”, declarou. 

O que falou Edson Ratinho

"A diretoria tem de jogar junto. Não é só torcedor ou jogador. Nosso grupo está unido, fazendo o que nenhum outro fez. Damos a nossa cara a tapa. No futebol, a bola pune se as coisas não estiverem corretas. Tem torcedor que acha que jogador é mercenário, mas jogador não se pronuncia porque, quando faz, é taxado assim. Quem aqui ganha rios de dinheiro no Santa Cruz? Tive de fazer pix para um funcionário comprar gás de cozinha. Como pai de família, isso dói em mim", afirmou.

"Presidente e diretor tem de ficar ao nosso lado. Tem de cobrar. Não tivemos uma cobrança. A diretoria não cobrou. Não cobraram porque estão devendo (salário), de 'rabo preso'. Esse é um desabafo meu. Assumo a responsabilidade. Ninguém veio para passar a importância do jogo. Posso ser mandado embora hoje, mas ninguém pode dizer que eu deixei de treinar. Sou sujeito homem. Se a diretoria quer subir, não pode somente convocar torcedor. O que a torcida faz é de outro mundo. Existem clubes na Série A que não tem nossa média de público na D. Não tenho dúvidas que eles estão do nosso lado. Peço perdão se ofendi alguém, mas minhas palavras são conscientes e assumo toda a responsabilidade", sentenciou.

O que respondeu Antônio Luiz Neto

“Vi comentários sobre a declaração dele e o fato é que o Santa está dando as melhores condições aos atletas para eles entrarem em campo. Todos conhecem a realidade. Sabem como encontramos o clube e não vou dar entrevista para trazer o negativo ao Santa. Isso é muito ruim. Temos que trazer o positivo. Quem joga no Santa precisa respeitar o nosso trabalho, realizado junto com a comissão técnica. Buscamos honrar nossos compromissos”, afirmou. 

“Temos a limitação do estádio e, se ele tivesse entregue completamente à torcida, poderíamos arrecadar mais. Temos os sócios ajudando também. Pagamos nesta semana o direito de imagem dos atletas. O Santa tem direção, um grupo coeso. Queremos organizar o clube, permitindo que ele esteja bem preparado para fazer boas temporadas, tendo um calendário para o próximo ano. Acompanhamos todos os trabalhos do clube. Converso com o treinador, com Zé Teodoro (coordenador) e outros. Só não preciso aparecer: quem tem que aparecer é o atleta”, completou.

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