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Futebol

Médico do Fortaleza cita mais de 1.200 lesões somadas nos jogadores do clube após ataque

Atletas ainda se recuperam do atentado; Leão teve jogo adiado pela Copa do Brasil, passando do dia 29 de fevereiro para 3 de março

Gonzalo Escobar tomou 13 pontos após sofrer atentadoGonzalo Escobar tomou 13 pontos após sofrer atentado - Foto: Mateus Lotif / Fortaleza

As consequências do atentado sofrido pela delegação do Fortaleza, que teve o ônibus apedrejado e atingido por bombas jogadas por membros de uma uniformizada do Sport, após a partida da equipe cearense diante do time rubro-negro, na última quarta (21), na Arena de Pernambuco, pela Copa do Nordeste, ainda estão sendo contabilizados. Nesta segunda (28), o Cláudio Maurício, diretor do Departamento de Performance do Tricolor do Pici, revelou que o ato criminoso deixou 1.200 lesões, somando os impactos em todos os atletas afetados.



“Nós estamos falando de seis atletas periciados. Dos seis, eu acompanhei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A natureza das lesões fala por si só. Temos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau, lesões com deformidade definitiva. Temos lesões que não vão se apagar mais, que são cicatrizes definitivas”, revelou, em entrevista à TV Verdes Mares.

"Não tenho dúvidas de que não estamos hoje velando alguém por questão de segundos ou pela mão de Deus. Muitas lesões poderiam ser fatais por centímetros", completou, detalhando o caso mais grave em questão, o do lateral Gonzalo Escobar, que levou 13 pontos entre a boca e a sobrancelha, além de sofrer um traumatismo cranioencefálico.

"A situação do Escobar é de dar dó, o que ele está passando nesses primeiros dias. No primeiro momento ele não tinha condição nem de ir ao hospital mais especializado. Ele foi para o hospital mais próximo e deu entrada na UTI até recobrar a consciência e poder ter os primeiros cuidados", explicou. 

"A gente fez uma brigada, uma força-tarefa para conseguir dar esse suporte psicológico para eles. Nem todos os atletas têm família aqui. Alguns têm, outros uma parte apenas. A gente tem tentado ir à casa deles para dar esse suporte, mas também trazê-los para o clube, até porque o convívio com os colegas ajuda. Às vezes vai ficar isolado, você fica revivendo aquilo na sua mente. Não dorme bem, acorda mal. Estamos oferecendo suporte psiquiátrico, com medicação para quem a gente acha que tem indicação nesse momento. E assim vamos tentar aos poucos reintegrá-los, mas respeitando a dor de cada um", pontuou.

Jogo adiado

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu adiar o confronto do Fortaleza contra o Fluminense-PI, pela Copa do Brasil. O duelo, que aconteceria na quinta (29), passou para o domingo (3), permanecendo no estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina. No último sábado (24), o elenco do Leão voltou a treinar, abrindo os portões do centro de treinamento do clube para receber a torcida, que lotou o local para prestar apoio aos jogadores. 

 

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