Meia do Santa Cruz relembra parceria com Vini Jr. e dispara contra Bola de Ouro: "Foge do futebol"
Henrique Lordelo e Vini Jr. jogaram juntos por cinco anos na base do Flamengo
Gerando muita comoção dos brasileiros, a não nomeação de Vini Jr. como o Bola de Ouro, pela revista France Football, gerou vários atos de apoio em homenagem ao jogador do Real Madrid e Seleção Brasileira. Antigo companheiro do atacante nos tempos de base no Flamengo, o volante Henrique Lordelo, do Santa Cruz, relembrou com exclusividade para a Folha de Pernambuco como era a relação com Vini e lamentou a não eleição do ex-colega como melhor jogador do mundo.
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Henrique Lordelo, meio-campista do Santa Cruz, chegou na base do Flamengo quando tinha cerca de 12 anos. Na Gávea, na mesma época, chegava Vinicius Júnior, jogador que seria considerado como um dos melhores do mundo em 2024. Contudo, apesar das estatísticas e vários títulos conquistados, Rodri, meio-campo espanhol, foi eleito como melhor do mundo.
A explicação para muitos é uma: racismo. Vini Jr. é uma das mais influentes figuras na luta anti-racista, não só no futebol, como na sociedade. Diante do caso, Lordelo expressou seu descontentamento e ressaltou o apoio do povo brasileiro ao jogador do Real.
“Fiquei muito triste, é um cara que merece muito e até o irmão dele tinha mandado uma mensagem quando surgiu esse burburinho. Acompanho a luta dele contra o racismo, a gente sabe que acontece muita coisa que foge do futebol, mas ele sabe que para os brasileiros ele é o melhor do mundo”, declarou o volante do Santa.
A relação de Henrique Lordelo e Vini Jr. começou antes mesmo de treinarem juntos no Flamengo, na época em que eram adversários na quadra. “A gente treinou junto na base por cinco anos, do sub-12 ao sub-16. Depois ele foi integrar o elenco na Copinha e após já subiu (ao profissional) sendo vendido. E tínhamos nos enfrentado antes no futsal, ele pelo Canto do Rio e eu pelo Madureira, antes de irmos ao Flamengo”, relembrou.
Mesmo ainda muito jovem, Lordelo relembrou que Vinicius Júnior já se mostrava muito diferente dos demais e que despontava como uma das grandes promessas do Ninho do Urubu.
“Ele desde cedo já mostrava esse potencial, desde os 14 ou 15 anos que era o destaque do nosso time e grande promessa da base do Flamengo. A gente já sabia que iria se tornar um dos melhores do mundo. Óbvio que não com essa rapidez, mas que pela qualidade dele, atingiria esse nível mais alto do futebol”.
Além disso, o jogador tricolor fez questão de ressaltar o caráter do jogador da Seleção e que sempre foi alguém que soube lidar bem com a pressão e não se perdeu com o vislumbre de ser um grande craque. “Ele ainda é um menino de muita alegria, de muita luz, não deixou nada da fama dele subir para cabeça, é muito pé no chão, sempre foi assim. Desde pequeno teve grandes times atrás dele, patrocinadores, Seleção Brasileira de base, nada disso ele deixava afetar”, disse.