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Ministério da Saúde diz apoiar Anvisa, que afirma ter alertado Argentina sobre isolamento

De acordo com a Anvisa, os atletas deram informações falsas e ocultaram que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias

Brasil e Argentina foi suspensoBrasil e Argentina foi suspenso - Foto: Nelson Almeida/AFP

O Ministério da Saúde afirmou na tarde deste domingo (5) apoiar a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que, após iniciada a partida Brasil x Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, interrompeu o jogo na Neo Química Arena, em São Paulo.

A agência, por sua vez, ressaltou que a decisão de interromper a partida nunca esteve em sua alçada e que apenas cumpriu a legislação ao ir ao estádio atrás dos atletas que infringiram regras sanitárias brasileiras. Segundo o órgão regulador –responsável por medidas sanitárias no contexto de enfrentamento da pandemia da Covid-19–, houve uma reunião no sábado (4) com a participação de representantes da Conmebol, CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e da delegacao argentina, na qual foi recomendada a quarentena dos quatro jogadores argentinos que descumpriram quarentena obrigatória.

A partida foi interrompida após a agência reguladora tomar ciência de que os jogadores argentinos descumpriram a quarentena obrigatória. De acordo com a Anvisa, os atletas deram informações falsas e ocultaram que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias. Viajantes que passaram recentemente pelo Reino Unido e países como África do Sul, Irlanda do Norte e Índia não podem entrar no Brasil, conforme regra adotada pelo governo Jair Bolsonaro (sem parpara evitar a disseminação de variantes da Covid-19.

"O Ministério da Saúde informa que apoia e reconhece as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade em saúde responsável pelas ações de vigilância sanitária do país", afirmou a pasta, em nota.
Os atletas Emiliano Martínez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero atuam em clubes da Premier League e estiveram no Reino Unido nos últimos dias. A Anvisa, logo após a interrupção da partida, afirmou que se reuniu com autoridades do estado de São Paulo neste sábado (4) para debater o assunto e confirmou que os jogadores descumpriram as regras para entrada de viajantes em solo brasileiro.

"Os jogadores em questão declararam não ter passagem por nenhum dos quatro países com restrições nos últimos 14 dias. Os viajantes chegaram ao Brasil em voo de Caracas/Venezuela com destino a Guarulhos. Contudo, notícias não oficiais chegaram à Anvisa dando conta de supostas declarações falsas prestadas por tais viajantes", afirmou a agência, em nota.
"Ante a notícia, a Agência notificou de imediato o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Nacional (Cievs/MS), que coordena a rede Cievs, responsável pela investigação epidemiológica junto ao estado de São Paulo e ao município de Guarulhos, para que o caso fosse investigado e rastreado."

Ainda de acordo com a agência, o fato foi comunicado à Polícia Federal para que as providências no âmbito policial fossem tomadas. Em entrevista à TV Globo, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, informou que a PF chegou a ir até o hotel onde a seleção argentina estava hospedada neste domingo, mas a delegação já havia deixado o local em direção ao estádio.

No início da partida, agentes da Anvisa entraram em campo e interromperam o jogo. Após discussão no campo, que envolveu alguns atletas argentinos e profissionais do órgão sanitário, a equipe treinada pelo técnico Lionel Scaloni se encaminhou para os vestiários do estádio corintiano. "Chegamos nesse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou, desde o primeiro momento, não foi cumprido. Eles tiveram orientação para permanecer isolados para aguardar a deportação. Mas não foi cumprido. Eles se deslocam até o estádio, entram em campo, há uma sequência de descumprimentos", disse Barra Torres.

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