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ESPANHA

Ministério Público da Espanha mantém pedido de dois anos e meio de prisão para Luis Rubiales

Promotora do caso afirmou não haver dúvidas de que o beijo que Rubiales deu em Jenni Hermoso não foi consensual

Mesmo banido pela Fifa, Rubiales recebe proposta para trabalhar na Arábia Saudita Mesmo banido pela Fifa, Rubiales recebe proposta para trabalhar na Arábia Saudita  - Foto: Thomas Coex / AFP

Após alguns dias de depoimentos, o Ministério Público da Espanha mantém seu pedido de dois anos e meio de prisão para Luis Rubiales. O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol está sendo julgado por um crime de agressão sexual e outro de coação pelo beijo que deu em Jenni Hermoso, na cerimônia de premiação da Copa do Mundo Feminina.

Nesta quarta-feira, a promotora pública espanhola Marta Durantez Gil afirmou que "não há dúvidas" de que o beijo que Rubiales deu em Jenni Hermoso em 2023 foi "não consensual".

— Foi um beijo indesejado: acredito que, após o exame realizado (durante o julgamento), não há dúvidas, ou pelo menos não há dúvidas razoáveis o suficiente — disse ela ao tribunal antes de repetir sua exigência de que Rubiales seja preso por dois anos e meio por agressão sexual e coerção pelo beijo.

 

Ontem, Luis Rubiales se defendeu e disse estar "totalmente seguro" de que a jogadora Jenni Hermoso deu seu consentimento para o beijo entre eles após a vitória da seleção feminina na final da Copa do Mundo de 2023.

— Perguntei se podia te dar um beijinho e ela disse 'vale', isso foi o que aconteceu. O que aconteceu não teve nenhuma importância, nem para mim, nem para ela — declarou Luis Rubiales na última terça-feira.

Tudo começou no dia 23 de agosto de 2023, quando as jogadoras da seleção feminina espanhola, após conquistarem a Copa do Mundo em Sydney, foram ao pódio receber as medalhas. Rubiales, ao lado do Presidente da Fifa Gianni Infantino e da rainha consorte da Espanha Letizia, recepcionou as atletas.

Ao felicitar Hermoso, camisa 10 da equipe espanhola, Rubiales segura sua cabeça e lhe deu um beijo. O gesto gerou reações de indignação, rechaçadas pelo então chefe do futebol espanhol, que afirmou se tratar de "um selinho entre amigos celebrando" e que foi consentido.

Poucos dias depois, enquanto as condenações se multiplicavam tanto na Espanha quanto internacionalmente, Rubiales declarou em uma assembleia-geral extraordinária da federação que não renunciaria e disse ser vítima de um "falso feminismo".

Ofendida pelas declarações, Hermoso rompeu o silêncio e afirmou em um comunicado ser "vítima de uma agressão, um ato impulsivo, machista, fora de lugar e sem nenhum tipo de consentimento" por parte dela.

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