Morre Beliato, ex-zagueiro do Náutico
Defensor foi campeão pernambucano pelo clube em 1974, sendo um dos integrantes da seleção de todos os tempos do clube
Faleceu nesta quinta-feira (16) o ex-zagueiro Beliato, de 74 anos, considerado um dos grandes jogadores da história do Náutico. O ex-defensor alvirrubro vestiu as cores do clube por cinco anos, sendo campeão pernambucano em 1974, ano em que o Timbu tirou a possibilidade de o Santa Cruz faturar o hexacampeonato estadual, feito que apenas os alvirrubros possuem em Pernambuco (1963-1968).
Leia também
• Copa do Nordeste: Sport e Náutico estreiam contra dupla cearense; veja tabela
• Náutico leva susto no fim, mas vence Jaguar pelo Pernambucano
“Eu era pequeno quando meu pai parou de jogar, mas todos os colegas falavam muito da forma como ele atuava e do caráter dele. Esse é o ensinamento que levo para minha vida. Dentro e fora de campo, ele era um homem honrado. Mesmo sendo um cara reservado, ele adorava brincar, juntar pessoas. Era uma pessoa alegre”, afirmou Paulo Beliato, filho do ex-jogador.
Além do Náutico, Beliato vestiu as camisas de Palmeiras, Pinheiro-PR e Internacional, equipe em que foi campeão brasileiro em 1979. “Em Pernambuco, meu pai só jogou no Náutico. O velório será no Memorial Alvirrubro, nos Aflitos, e todos aqui nos receberam muito bem. O clube fará uma homenagem a ele também na próxima partida e isso mostra o reconhecimento ao profissional e a pessoa. Até mesmo torcedores de outros times publicaram comentários elogiando meu pai. Isso mostra a admiração de todos pelo que ele fez”, reforçou o filho.
"Campeão do Campeonato Pernambucano em 1974, o ex-defensor alvirrubro vestiu nossas cores com dedicação por cinco anos, conquistando um lugar entre os maiores defensores da história do clube. Beliato representava entrega e raça dentro de campo. Fora dele, sempre honrou e exaltou as nossas cores. Desejamos paz e luz à sua família neste momento", publicou o Náutico nas redes sociais.
Seleção
Em 2014, por meio de voto popular, os torcedores do Náutico escolheram a “Seleção Alvirrubra” de todos os tempos. Na partida contra o Avaí, pela Série B daquele ano, o elenco alvirrubro utilizou uniformes especiais com o nome dos 11 jogadores mais marcantes do Timbu. Beliato estava na zaga, com a camisa 3, ao lado de Sidcley, companheiro dele na década de 1970. Os outros nomes da lista eram Lula Monstrinho, Gena, Salomão, Clóvis, Nado, Bita, Bizu, Ivan Brondi e Kuki.
Confira o poema de Roberto Vieira sobre Beliato.
Obrigado, Beliato!
Roberto Vieira
Beliato era meu ídolo.
Melhor.
Beliato era nosso ídolo.
Beliato cuja sobrenome era Sidclei.
Tal qual Caiçara e Lula no passado.
Beliato e Sidclei eram siameses.
Claro.
Esquema tático diferente.
Épocas diferentes.
Mas o sentido era o mesmo.
Digo sem medo de errar.
Beliato foi nosso Beckenbauer.
Para os que duvidam.
Osvaldo Brandão perdeu Luís Pereira.
E sonhou com Beliato.
O Internacional perdeu Figueroa?
E nos levou Beliato.
Para toda uma geração alvirrubra.
Beliato é unanimidade.
Toda vez que vemos um zagueiro de classe.
Um zagueiro que sabe tratar a bola com amor.
Nossa mente volta no tempo.
Como num antigo cinema de infância.
Recorda.
E se fingimos olhar o horizonte.
É porque uma lágrima surge de repente.
E o homem adulto a esconde.
Porque um homem não deve chorar.
Obrigado, Beliato!
Você jogava muita bola, cara!!!
Muita bola, mesmo...