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ESPORTES

Nadadora trans Lia Thomas enfrenta batalha judicial contra proibições na natação

Federação World Aquatics proíbe mulheres trans que passaram pela transição após os 12 anos de competir

Lia Thomas foi primeira atleta transexual a vencer torneio universitário de natação nos EUA Lia Thomas foi primeira atleta transexual a vencer torneio universitário de natação nos EUA  - Foto: Joseph Prezioso / AFP

A nadadora transgênero norte-americana Lia Thomas pediu a um tribunal esportivo na Suíça para anular as regras impostas pela federação internacional World Aquatics, de que a maioria das mulheres trans estariam proibidas de competirem nos mais altos níveis do esporte.

A informação foi confirmada ao NBC News pelo advogado Carlos Sayao, que representa Lia. As diretrizes foram impostas em junho de 2022, e proíbem mulheres trans de competir em eventos de natação feminina, a menos que tenham feito a transição antes dos 12 anos.

Os detalhes do processo, que começou em setembro, haviam sido mantidos em segredo, até serem revelados pela imprensa britânica. Segundo o tribunal suíço, a nadadora declarou que as regras são “inválidas e ilegais”, e que a discriminação não pode “ser justificada como necessária, razoável ou proporcional para alcançar um objetivo esportivo”.

As regras entraram em vigor após Lia vencer os 500m livres no campeonato da NCAA, em Atlanta. Ela se tornou a primeira mulher trans a conquistar um título nacional na modalidade.

Na mesma época, a World Aquatics também anunciou a criação de uma "categoria aberta" para incluir atletas transgêneros.

O advogado de Lia chamou as novas diretrizes de "discriminatórias" e afirmou causarem "prejuízos profundos às mulheres trans".

Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, ele declarou que este grupo é "particularmente vulnerável na sociedade” e sofre “taxas mais elevadas de violência, abuso e assédio do que as mulheres cis”.

Em 2022, o Comitê Olímpico Internacional (COI) lançou, oficialmente, o novo documento da entidade para a inclusão e não discriminação de gênero.
 

Entre os pontos positivos apontados por alguns está a visão mais inclusiva do COI, que retira das suas diretrizes a obrigatoriedade de testes e níveis pré-determinados de testosterona (principal marcador biológico utilizado para avaliar possíveis ganhos atléticos entre os gêneros), recomenda a aceitação de todos segundo a sua identidade de gênero e orienta que cada esporte tenha sua própria política de inclusão de acordo com as características da modalidade. O documento foi elaborado após consulta de mais de 250 pessoas e entidades de diversas áreas do conhecimento.

Por outro lado, as políticas de inclusão a cargo das federações internacionais e órgãos nacionais podem criar mais distorções sem um padrão estabelecido pelo COI. Alguns cientistas da Federação Internacional de Medicina Esportiva alegam que o documento da entidade tira força dos princípios médicos e científicos, tornando o esporte mais injusto.

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