NBA vai aposentar camisa número 6 para homenagear Bill Russell
Lenda do basquete morreu no dia 31 de julho
A NBA e Associação de Jogadores da NBA (NBPA) anunciaram nesta quinta-feira (11) que a liga de basquete norte-americana vai aposentar a camisa 6 em todas as equipes da liga como uma forma de homenagear a vida e o legado de Bill Russell, jogador que foi 11 vezes campeão da NBA e pioneiro na luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Russell morreu no dia 31 de julho aos 88 anos.
Esta é a primeira vez que a liga aposenta a camisa de um atleta. Até agora, apenas os times aposentavam as camisas dos grandes nomes de suas franquias. Russell tem sua camisa aposentada pelo Boston Celtics.
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“O sucesso sem paralelo de Bill Russell na quadra e seu pioneirismo no ativismo dos direitos civis merece ser honrada de uma forma única e histórica”, disse o comissário da NBA, Adam Silver. “Aposentar permanentemente seu número 6 em toda time da NBA representa que a carreira transcendente de Bill sempre será reconhecida”.
A presidente da NPBA, Tamila Tremaglio, disse que se trata de uma honra reservada a um dos maiores campeões que já jogaram na NBA. “As ações de Bill dentro e fora de quadra através do curso de sua vida ajudaram a moldar gerações de jogadores para o melhor e, por isso, nós somos eternamente gratos. Mas nós estamos orgulhosos de continuar a celebração de sua vida e seu legado na liga”.
As camisas com o número 6 só poderão ser utilizadas pelos atletas que já jogam com este número. Nenhum outro jogador de qualquer equipe poderá escolher este número. Na temporada 2022/2023, 13 jogadores estão listados com a camisa 6: LeBron James, Alex Caruso, David Durke, Jalen McDaniels, Hamidou Diallo, Kenyon Martin Jr, Luca Vildoza, Jordan McLaughlin, Quentin Grimes, Jaylin Williams, Keon Johnson, Nickeil Alexander-Walker e Kristaps Porzingis.
Bill Russell
Bill Russell é considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos. O pivô foi campeão olímpico em 1956, jogou 13 temporadas pelo Boston Celtics, entre 1956 e 1969, e venceu 11 títulos, sendo oito deles consecutivos (1956-1966). Ele também foi o primeiro técnico negro da NBA e das grandes ligas norte-americanas, assumindo o Celtics em 1966, e, em 1968 e 1969, conquistou títulos como técnico e jogador. Ele também treinou o Seattle Supersonics e o Sacramento Kings.
Russell conquistou cinco prêmios de Jogador Mais Valioso (MVP), foi 12 vezes All Star e 11 vezes nomeado para o time ideal da NBA. Por quatro vezes, Russell conquistou o prêmio de melhor reboteiro e terminou como segundo melhor da liga em rebotes (21.620) e rebotes por jogo (22,5) na temporada regular. Sua média de pontos era de 15,1, mas sua principal característica era a defesa e a liderança dentro de quadra. Algumas estatísticas atuais, como bloqueios, não eram computados quando Russell começou sua carreira.
Em 2009, o prêmio de Jogador Mais Valioso das Finais da NBA recebeu o nome de Bill Russell.
O impacto de Russell também foi sentido fora de quadra na luta pelos valores de igualdade, respeito e inclusão. Ele sofreu com racismo vindo de torcedores do seu próprio time, o Boston Celtics, que chegaram a invadir e vandalizar sua casa.
O pivô marchou pelos direitos civis ao lado do Reverendo Martin Luther King Jr. e foi firme em sua crença de que todas as pessoas devem ser tratadas com dignidade. Em 2010, ele recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, maior honra que pode ser concedida a um civil nos Estados Unidos.
A morte de Bill Russell foi lamentada por, entre outros, atletas como Michael Jordan, Lebron James, Magic Johnson e Kareen Abdul-Jabbar, por dois ex-presidentes dos Estados Unidos: Bill Clinton e Barack Obama e pelo presidente Joe Biden.