Neymar: o que alega ex-empregada que pede indenização de R$ 2 milhões por "trabalho oculto"
Mulher diz que trabalhava sete dias por semana, entre janeiro de 2021 e outubro de 2022, em um trabalho não declarado
Neymar está sendo acusado de “trabalho oculto” por uma ex-empregada doméstica que trabalhou há um ano e meio em sua casa em Bougival, no departamento de Yvelines, próximo de Paris. A informação foi confirmada pelos advogados da mulher, nesta quarta-feira.
O que diz a ex-empregada de Neymar?
Segundo o jornal Le Parisien, que revelou a informação, a funcionária, que é brasileira, exige 368 mil euros (R$ 2 milhões na cotação atual) de indenização na justiça trabalhista francesa.
De janeiro de 2021 a outubro de 2022, “Neymar explorou a precariedade de nossa cliente para impor condições de trabalho indignas, violando as regras básicas do direito trabalhista”, escreveram os advogados Caroline Toby e Vincent Champetier, em declarações à AFP.
A contratação da funcionária sem autorização de residência, era pelo regime de meio período, o que teve de ter sido reclassificado para trabalho em tempo integral devido ao número de horas trabalhadas, segundo os advogados.
Além do trabalho oculto, a brasileira também culpa Neymar pelas horas extras não remuneradas e diz que precisou trabalhar até 15 dias antes do nascimento prematuro do seu quarto filho e sem acompanhamento médico.
“Lamentamos que tal personalidade possa ter demonstrado tanta desumanidade, chegando ao ponto de expulsar a nossa cliente de casa alguns dias antes de dar à luz prematuramente, enquanto ela se queixava de dores”, acrescentam os advogados.
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De acordo com Toby e Champetier, Neymar é culpado de "óbvia violação das normas legais de proteção vinculadas à maternidade". O despejo após o parto deixou a empregada "em total indigência, especialmente por sua falta de registro nas organizações sociais", escreveram em uma carta datada de junho, na qual propuseram uma resolução amigável, mas não obtiveram resposta.
"Depois de termos levado o assunto à justiça trabalhista, estamos agora considerando dar a este caso as consequências criminais que ele merece", alertaram os advogados nesta quarta-feira.
Ainda de acordo com o portal francês, a mulher, que registrava suas horas em um caderno, não tinha contrato de trabalho, recebia 15 euros líquidos por hora e trabalhava quase 70 horas semanais, sem direito a um único dia de folga. Ela era responsável por cuidar dos afazeres domésticos de Neymar e até mesmo cortar as unhas dos companheiros do atacante.
Sem recursos financeiros, a brasileira recorreu a associações de caridade como "Secours populaire" e "Restos du coeur" para atender às necessidades de sua família. Seus advogados enviaram carta ao jogador para encontrar um acordo amigável, mas a mesma ficou sem resposta, segundo Le Parisien. Desta forma, a mulher decidiu levar o caso ao tribunal industrial e ameaça denunciar para o tribunal criminal da França.
Neymar, que se machucou no final do primeiro tempo da partida das eliminatórias em que o Brasil foi derrotado pelo Uruguai, no dia 17 de outubro, em Montevídeu, foi operado no início deste mês pelo médico da seleção brasileira, Rodrigo Lasmar. A cirurgia no joelho esquerdo demorou cerca de quatro horas e foi por causa de uma ruptura do ligamento cruzado. O brasileiro já se recupera em casa.