RACISMO

Neymar volta a se manifestar em apoio a Vinicius Júnior: "Até quando irão se fazer de cegos?"

Jogador do PSG já tinha prestado solidariedade ao companheiro de seleção brasileira, mas fez desabafo mais forte nesta segunda-feira

Neymar e Vinicius Junior lado a lado na seleção brasileira Neymar e Vinicius Junior lado a lado na seleção brasileira  - Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O atacante Neymar voltou a se manifestar a favor de Vinícius Júnior, vítima de racismo na derrota do Real Madrid para o Valencia, no último domingo, no estádio Mestalla. Na noite desta segunda-feira, o camisa 10 da seleção brasileira postou um desabafo mais forte em seu perfil no Instagram.

"Algo tem que ser feito... Até quando vamos aturar isso? Até quando irão se fazer de cegos? To contigo, Vini Jr. RACISMO É O C.... Somos todos iguais", escreveu o atacante, em legenda do vídeo postado por Vinícius mais cedo.

No domingo, Ney foi uma das personalidades que mostrou apoio ao atacante do Real Madrid. "To contigo", escreveu. Ex-jogador do Barcelona, o atleta do PSG é muito próximo de Vini, com quem atua na seleção brasileira.

Vini JR. foi novamente alvo de racismo em um jogo na Espanha, desta vez no Mestalla, estádio do Valencia. Embora durante todo o jogo gritos de "mono" (na tradução livre significa "macaco" em espanhol) pudessem ser ouvidos — o árbitro, inclusive, chegou a avisar a sua equipe num primeiro momento —, o caso maior começou aos 24 minutos.
 

Vini Jr. fazia jogada individual pelo canto esquerdo, quando um jogador do Valencia chutou uma segunda bola que estava em campo no lance para atrapalhar o atacante brasileiro. Indignado com o antijogo, Vini Jr. foi reclamar do lance com a arbitragem. Com isso, parte da torcida do Valencia que estava atrás do gol mais próximo da jogada voltou a xingar o brasileiro com gritos racistas. Foi quando Vini chamou Bengoetxea para denunciar um dos torcedores.

Nesse momento, alguns jogadores de Real Madrid e Valencia, entre eles o capitão da equipe mandante, Gayà, chegou para tentar acalmar os ânimos. De acordo com o jornal "Marca", as câmeras de transmissão chegaram a captar Vini Jr. afirmando que não queria mais jogar a partida.

A polícia espanhola chegou a ir no local, mas nada foi feito com o torcedor e, após oito minutos de paralisação, a partida reiniciou após o segundo aviso de caso de racismo dado pela arbitragem. Em caso de um terceiro, a partida poderia ser suspensa, como consta no código disciplinar da Fifa.

"Acredita, da próxima vez vamos (suspender o jogo)", teria falado o árbitro da partida para Vini Jr., conforme informou o "Marca".

Mas o jogo continuou com nova confusão, aos 48 minutos. Dessa vez, após discussão na área defensiva do Valencia, o goleiro Mamardashvili foi tirar satisfações com Vini Jr, que bateu bocas com o jogador. A princípio, ambos receberam cartão amarelo, mas posteriormente o VAR da partida chamou o árbitro do jogo para denunciar que o atacante brasileiro havia acertado o atacante Hugo Duro no rosto da confusão. Após a checagem, Vini Jr. foi expulso — Duro, que também agrediu Vini com uma espécie de mata leão durante a confusão, não recebeu a mesma punição.

Nas redes sociais, o atacante brasileiro também ironizou toda a situação e a conivência da La Liga com tantos casos de racismo contra ele:

— O prêmio que os racistas ganharam foi a minha expulsão. "Não é futebol, é La Liga" — escreveu.

Depois de receber o cartão vermelho, Vini andou em direção ao vestiário falando e batendo palmas em sinal de ironia. Reservas e integrantes da comissão técnica do Valencia partiram para cima do atacante brasileiro, que foi escoltado por companheiros de Real Madrid até o túnel de saída do campo.

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