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Tênis

ONU exige provas do paradeiro da tenista chinesa Peng Shuai

Caso de Peng continua censurado na internet da China

Tenista Peng Shuai, de 35 anosTenista Peng Shuai, de 35 anos - Foto: William WEST / AFP

A ONU exigiu nesta sexta-feira (19) provas sobre o estado de saúde e o paradeiro da tenista chinesa Peng Shuai, que desapareceu após ter acusado uma ex-autoridade do país de tê-la forçado a manter relações sexuais.

"Seria importante ter provas de onde ela está e saber se ela está bem. Solicitamos veementemente que uma investigação seja realizada com total transparência sobre suas acusações de agressão sexual", declarou uma porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Liz Throssell, durante uma coletiva de imprensa em Genebra. 

"Pedimos uma investigação com total transparência. Isso deve ser o caso para todas as acusações de agressão sexual", insistiu Liz, destacando que "as agressões sexuais existem em todas as sociedades".

Peng Shuai, de 35 anos, acusou nas redes sociais o ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli - que de 2013 a 2018 foi um dos sete políticos mais poderosos da China - de tê-la forçado a ter relações sexuais há três anos e de tê-la feito sua amante.

"Queremos enfatizar que é importante saber onde ela está, em que estado está e como está", repetiu Throssell.

Nos últimos dias, várias personalidades do tênis mundial expressaram sua preocupação com Peng Shuai no Twitter, usando a hashtag #WhereIsPengShuai. 

A denúncia de Peng Shuai, que já foi campeã de duplas em Wimbledon e Roland Garros, rapidamente desapareceu das redes sociais chinesas.

O canal estatal CGTN, porém, divulgou uma captura de tela no Twitter de um e-mail atribuído a Peng e supostamente destinado a Steve Simon, diretor da WTA, e outros executivos da associação de tênis feminino.

Na mensagem supostamente enviada por  Peng, ela afirma que as acusações de abusos sexuais "não eram verdadeiras" e que está "descansado em casa e está tudo bem".

O 'e-mail' não acalmou a situação e provocou ainda mais dúvidas pela linguagem supostamente utilizada pela tenista chinesa e pelo fato de que aparece um cursor de edição no corpo do texto.

A WTA exigiu uma investigação "transparente e justa" das acusações feitas pela atleta. Seu diretor, Steve Simon, destacou na rede CNN a possibilidade de retirar as competições do país.

"Estamos prontos para retirar nosso negócio e enfrentar todas as complicações derivadas, porque isso é mais importante do que negócios", disse Simon.

A censura chinesa suprimiu qualquer rastro das acusações de Peng nas redes sociais, especialmente as referências em declarações da WTA e da ATP, o circuito masculino, que também manifestou seu apoio. 

A Associação Nacional de Tênis da China não respondeu aos pedidos de comentários da AFP sobre o caso.

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