Os riscos que o Cruzeiro corre ao flertar com a Série C
Mineiros têm confrontos diretos na reta final e podem sofrer com menos receita de televisão
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A reta final de 2021 prometia ser frustrante, até melancólica para o torcedor do Cruzeiro, cuja distância em relação à Série A parece cada vez maior. Quase nos acréscimos da temporada, porém, surge outro sentimento, ainda mais indesejado: o medo da inédita queda para a terceira divisão.
O temor encontra respaldo nos números: são apenas dois pontos de distância em relação à zona de rebaixamento, com cinco partidas ainda a disputar na segundona. Se a lógica prevalecer — o que nem sempre acontece no futebol, mas serve como sinal de alerta —, os mineiros podem ocupar o Z4 já na próxima rodada. Basta que percam para o Londrina, fora de casa, na sexta-feira; que o Brusque leve a melhor sobre o Confiança no sábado; e que a Ponte Preta pontue diante do CRB em Campinas, no domingo.
O duelo com os paranaenses não é o único confronto direto. Na sequência, o Cruzeiro receberá o Brusque e visitará o Vitória, ambos na batalha contra o descenso. Esses jogos podem oferecer o desejado respiro ou encaminhar a queda celeste.
Para evitar o desastre, a diretoria tenta melhorar o clima. O plano é transferir a partida contra o Brusque para o Mineirão, onde o time poderia ser apoiado por 60 mil torcedores, que ocupariam 100% da arquibancada. Já o técnico Vanderlei Luxemburgo se reuniu com integrantes de organizadas, de quem ouviu promessas de apoio e aos quais teria garantido que permanecerá no cargo em 2022.
Entre o esforço por boas notícias, uma dor de cabeça imprevista pode dificultar a missão: Eduardo Brock, Rafael Sóbis e Bruno José tiveram resultado inconclusivo para a Covid-19, refizeram os testes na quarta-feira e podem ser desfalques na reta final.
Um eventual rebaixamento naturalmente traria ainda mais empecilhos para a tentativa de reconstrução do clube. Se cada ano na segundona faz crescer a bola de neve de endividamento, uma estadia na terceira só aumentaria o prejuízo. Lá, não há receita com direitos de transmissão, o que deixaria o Cruzeiro refém de verbas do Estadual e da Copa do Brasil. Também haveria menos jogos para faturar com bilheteria: apenas 18 garantidos, contra 38 na B.