Pais e técnicos queixam-se de falta de apoio no futsal
O treinador Fabiano Sousa, conhecido como Chokito, diz que sempre faltou investimento no cenário local
Apesar da tradição, o futsal pernambucano ainda necessita de parceiros. É a maior dificuldade até o momento. Os clubes não dão o aparato suficiente para os meninos que representam a instituição. Os pais são os maiores investidores e responsáveis por manter a modalidade, mas o bolso pesa no fim do mês. Eles “patrocinam” o esporte pagando várias taxas durante a temporada, como aluguel da quadra (R$ 50), inscrição para campeonatos (R$ 10 por atleta) e materiais de jogo (entre R$ 180 e R$ 200).
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Pai de Miguel, jogador do sub-7 do Náutico e ex-Santa Cruz, Pablo Veronese conta sobre o esforço diário para manter o seu filho em atividade no futebol de salão. “O nosso investimento é 100%, mesmo os garotos defendendo a agremiação. No fim das contas, o gasto é grande. Digo até que é um 'paitrocínio'. É uma situação muito complicada que a gente passa e é nítido que faltam incentivos das equipes”, declara.
Segundo informações apuradas pela reportagem da Folha de Pernambuco, a meninada só começa a ganhar um incentivo a partir da categoria sub-13. Na maioria das ocasiões, recebe uma bolsa em algum colégio do estado que seja forte no futsal.
O técnico Fabiano Sousa, carinhosamente chamado de Chokito pelos companheiros de profissão, acredita que sempre faltou investimento no cenário local para que os garotos tenham benefícios enquanto atletas.
“Sem apoio financeiro e patrocínios, há um problema nuclear na história do futsal. O aporte dos clubes pernambucanos para o futsal vem sendo cada vez mais diminuído. Não há um trabalho em conjunto do setor de marketing e de captação das instituições para viabilizar parcerias. Há um desconhecimento (dos diretores) e por isso a modalidade fica desvalorizada”, afirma o profissional, que tem no currículo oito títulos estaduais adultos, sete Copas Pernambuco e um Brasileiro.
O que chama a atenção no futsal é a rotatividade dos jovens ao longo das temporadas. Como eles não têm contrato assinado - na maioria das vezes são feitos acordos verbais -, a mudança de clube é uma constante. Basta um time fazer uma proposta com um incentivo a mais que a saída é concretizada naturalmente já que não há rescisão.
Lacunas são deixadas no calendário da Federação Pernambucana de Futsal (FPFS), que tem apenas a Copa Pernambuco, a Copa Tronadon e o Campeonato Pernambucano como disputas oficiais da categoria. Sendo assim, os clubes do estado não contratam jogadores por uma temporada inteira, mas por competição.
Categorias
Ao todo, 13 categorias movimentam as quadras durante o ano: sub-6, sub-7, sub-8, sub-9, sub-10, sub-11, sub-12, sub-13, sub-14, sub-15, sub-17, sub- 20 e adulto. O problema de adaptação no futebol de campo deixa muitos garotos no caminho do futsal, modalidade que não é tratada profissionalmente.

