Justiça acolhe ação por falas de Piquet sobre Hamilton; pedido de indenização é de R$ 10 milhões
Entidades cobram punição por dano moral coletivo
Foi aceita, nesta segunda-feira (11), pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, a ação civil pública ajuizada por quatro entidades contra o ex-piloto Nelson Piquet, pelas falas racistas e homofóbicas acerca do piloto britânico Lewis Hamilton.
Em entrevista realizada no fim de 2021, ao canal “Motorsport Talks”, o brasileiro se referiu ao heptacampeão mundial de Fórmula 1 como “neguinho” e que “devia estar dando mais c* naquela época”. Agora, Piquet tem até 15 dias para apresentar uma contestação.
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As entidades Educafro, Centro Santo Dias, Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) pedem indenização no valor de R$ 10 milhões para a população negra, por “reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra, à comunidade LGBTQIA+, e ao povo brasileiro de modo geral”.
O documento afirma ainda que as "ofensas injuriosas, humilhantes e vexatórias, de cunho racista e homofóbico, vociferadas publicamente pelo réu" violam normas que protegem a honra e dignidade da pessoa humana, assim como aquelas que protegem a população negra contra o racismo.
Ainda na ação, é pedido que Piquet seja obrigado a cumprir duas medidas: publicar em nota pedido público de desculpas e, em caso de voltar a dar declarações com teor racista ou homofóbico, pagar multa no valor de R$ 100 mil por ocorrência.
Depois que a entrevista viralizou, a repercussão internacional foi extremamente negativa a Piquet. Na semana passada, a Fórmula 1, a FIA e a Mercedes publicaram comunicados condenando a atitude do tricampeão. Hamilton também se manifestou, afirmando que é necessária uma mudança profunda de mentalidade, e outros pilotos, como Sebastian Vettel, ex-pilotos e organizações saíram em defesa dele.