MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS

Polícia Federal identifica participação de pelo menos um dirigente em manipulação de jogos

Operação Jogada Ensaiada teve mandados de busca e apreensão nas casas de empresários, jogadores e apostadores

Agente da PF cumpre mandado da operação Jogada EnsaiadaAgente da PF cumpre mandado da operação Jogada Ensaiada - Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Operação Jogada Ensaiada, da Polícia Federal, identificou o envolvimento de pelo menos um dirigente de clube num esquema de manipulação de resultados. A descoberta é um avanço em relação à Penalidade Máxima, ação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) que ainda não havia conseguido provas do envolvimento de cartolas com fraudes no futebol.

A investigação da PF, que corre sob sigilo, conseguiu provas da participação direta de um dirigente no esquema: ele teria contratado um treinador com histórico de envolvimento em apostas fraudulentas em outros estados para conseguir aliciar jogadores e manipular resultados. O clube do cartola investigado não foi divulgado.

Ontem, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Aracaju contra jogadores, empresários e apostadores em dez estados diferentes pelo país. Um dos alvos, na Paraíba, tentou jogar seu celular pela janela no momento da abordagem. O aparelho, no entanto, foi recuperado.

Essa foi a segunda fase da Operação Jogada Ensaiada, que teve início no ano passado com o objetivo de apurar fraudes em apostas esportivas no futebol sergipano. Após a primeira fase da investigação, que culminou numa operação em novembro de 2022, os investigadores descobriram que havia uma rede interestadual especializada em manipulação de resultados.

Entre 2021 e o início de 2023, a PF estima que a organização criminosa tenha movimentado R$ 11 milhões com as apostas ilegais em jogos de divisões inferiores ou sub-20 de estaduais e em uma partida da Série D.

 

Diálogos interceptados com autorização da Justiça mostraram que o esquema se espalhou pelo país a partir de trocas de clubes de jogadores e treinadores que participavam de combinações com apostadores. Em suas novas equipes, eles replicaram o que já haviam feito nas antigas. Empresários também participavam do esquema, indicando representados para serem contratados e participarem de combinações ilegais. Em pelo menos um dos casos, a PF detectou a anuência do diretor de um clube, que contratou um treinador justamente por conta de seu histórico de relação com apostadores.

"Anormalidades"
Vários dos clubes investigados pela PF já haviam sido alvo de denúncias prévias envolvendo manipulações de resultados. O Náutico-RR, que está na mira da PF por conta da derrota por 3 a 0 para o Amazonas pela Série D, em abril de 2022, foi pivô de um escândalo no ano passado: o gestor de futebol do clube, Marcelo Pereira, procurou a polícia para denunciar seus próprios jogadores por suspeita de terem “vendido” o jogo após a derrota de 10 a 2 para o Trem-AP, também na Série D, em junho.

No Rio, o IQSL Brasileirinho Clube Social, que também é alvo da PF, foi um dos três clubes excluídos da Série C do Campeonato Carioca em junho passado por indícios de manipulação de partidas. Segundo a Federação de Futebol do Rio (Ferj), houve “anormalidades caracterizadas no desenvolvimento e resultados” de jogos do clube descobertos a partir de “relatórios de monitoramento e movimentação das apostas”.

Segundo a PF, ao final do inquérito, os investigados responderão por crimes previstos na lei geral do esporte e organização criminosa.

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