População e poder de compra do Brasil foram decisivos para G6
Brasil foi o único país participante da Conmebol a ganhar duas vagas
O Brasil foi o país que mais se beneficiou com a mudança no formato da Libertadores ao ser o único a ganhar duas vagas na próxima edição do torneio.
E dois fatores foram fundamentais para essa decisão da Conmebol: o poder aquisitivo do futebol brasileiro e o tamanho da população.
De acordo com apuração feita pela reportagem o primeiro quesito partiu de um estudo encomendado pela entidade para analisar quais países eram os maiores consumidores do esporte.
Ficou definido que os torcedores de México, Colômbia e Brasil são os que mais gastam com ingressos, compra de produtos esportivos e em programas de sócio-torcedor. Em março, última vez que foi divulgado o ranking mundial de times com mais associados, o Brasil tinha três entre os dez primeiros colocados -Corinthians (132.481 sócios), Palmeiras (126.903) e Internacional (112.756). Os demais eram europeus.
Outro fator preponderante foi a valorização dos jogadores que atuam nos países citados por um dirigente que participou das reuniões. Os colombianos ganharam uma vaga a mais, assim como a Argentina e o Chile. Apesar de não ter mais participantes, os mexicanos poderão mandar a final em casa, fato que não podia acontecer em edições anteriores.
O favorecimento ao Brasil, inclusive, causou revolta entre os argentinos. Um artigo do jornal local "Olé" atacou a Conmebol pela decisão. "Por quê? Quando se viu que o Brasil passou a ter o dobro da importância continental da Argentina? Ou por acaso os campeões de 2014 [San Lorenzo] e 2015 [River Plate] não foram nossos? Não se entende por que deram ao Brasil dois lugares a mais para a Libertadores e para a Argentina, só um", diz o texto.
O país que mais títulos conquistou na Libertadores foi a Argentina, com 24 troféus conquistados. Brasil, com 17 e Uruguai, com oito, completam o top 3. As taças não entraram em pauta, mas sim o tamanho da população dos países sul-americanos.
Em entrevista ao jornal "O Tempo", de Minas Gerais, Castellar Neto, presidente da Federação Mineira de Futebol e membro do Comitê de Reformas da CBF disse que "o argumento principal do Comitê Executivo da Conmebol foi o aspecto populacional". "Não podemos ter só cinco vagas para um país de 200 milhões de habitantes", afirmou. Procurado pela reportagem da Folha de S.Paulo, Castellar não atendeu as ligações.