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Ancelotti

Perguntas e respostas: por que Ancelotti escolheu o Real Madrid e não a Seleção Brasileira

Treinador italiano, que era cogitado como próximo técnico da seleção, anunciou que ficará no clube espanhol

Carlo Ancelotti, atual treinador do Real MadridCarlo Ancelotti, atual treinador do Real Madrid - Foto: Javier Soriano / AFP

Carlo Ancelotti renovou o contrato com o Real Madrid, conforme anunciou o clube espanhol. Ele era aguardado no Brasil para assumir a seleção brasileira a partir de julho, quando seu atual contrato termina. Porém, o novo acordo o mantém no comando do clube merengue até o meio de 2026.

O italiano tem uma cláusula em seu atual contrato que é a de renovação automática, que a depender dele, poderia estender o vínculo por mais um ano. Mas o acerto deles foi além. Abaixo, perguntas e respostas sobre como foi a negociação de Ancelotti com a CBF, que garantias tinha e como fica a seleção agora.

CBF foi pega totalmente de surpresa?

Hoje é difícil definir quem é a CBF. A entidade está sob intervenção e os diretores foram escanteados. Quando tudo estava bem havia dúvidas se Ancelotti realmente viria porque nenhum compromisso oficial foi tornado público. Porém, depois do estourou da crise política que retirou o presidente do cargo e fez com que novas eleições sejam convocadas, ninguém em sã consciência continuou a acreditar na possibilidade de o italiano deixar o Real Madrid para treinar a seleção brasileira.

Ancelotti avisou a alguém?

A CBF informou que não irá comentar o caso. E Ednaldo Rodrigues, que foi quem negociou com Ancelotti, tampouco está respondendo aos contatos de jornalistas e até mesmo de pessoas próximas.

A ausência do Ednaldo pesou?

O afastamento de Ednaldo Rodrigues foi a cereja do bolo para que Ancelotti optasse por permanecer no Real Madrid. Toda a negociação foi feita com Ednaldo, que tinha sim garantias não só verbais de que o treinador viria para o Brasil. Contudo, até então, todo o acerto era com Ednaldo e não com a CBF. A partir do momento que Ednaldo foi afastado da presidência, quem deixou de ter garantias foi Ancelotti. A CBF não tem um presidente, ou seja, alguém que possa negociar com ele — ou até mesmo que queira que ele seja o técnico. E como os termos acertados tinham sido com Ednaldo, toda a negociação voltaria a estava zero.

Por que todo contato foi com Ednaldo e não com a CBF?

Pelo estatuto da Fifa, todo treinador pode assinar contrato com um novo clube sem que haja período de carência. No caso dos jogadores é diferente, eles precisam esperar que seu vínculo atual entre nos seis últimos meses para que um acordo seja firmado com novo clube. Porém, Ancelotti possui uma cláusula em seu contrato com o Real de que ele precisa esperar até seis meses até o fim do acordo para que ou ativasse a cláusula de renovação automática ou avisasse que iria deixar o clube. Essa data expiraria no dia 15 de janeiro, por isso nada foi tornado oficial com a CBF.

Ednaldo pode cobrar Ancelotti?

É preciso saber os termos que constam no acordo firmado entre Ancelotti e Ednaldo Rodrigues. Porém, caso haja a possibilidade, é necessário fazer um cálculo político. É pouco provável que Ednaldo entre em campo a favor da CBF. Até o momento ele sequer ter apoio para ser candidato e tenta ser vice em alguma chapa. Caso isso não aconteça, a maior possibilidade é que nada seja feito.

E o Real Madrid?

O clube espanhol fez o seu trabalho e não deixou que um dos melhores treinador do mundo deixasse o comando do time. O esforço de convencimento foi minimizado com toda a confusão e insegurança que ronda a CBF.

E como fica a seleção?

Por ora fica do jeito como está, com Fernando Diniz como treinador até junho de 2024.

Diniz pode ser efetivado? Vão atrás de outro nome?

Essa decisão será tomada pelo próximo presidente da CBF. Até o momento os pré-candidatos são Flávio Zveiter e Reinaldo Carneiro Bastos, que evitam falar sobre o assunto. O que se sabe é que se Diniz ficar, ele não acumulará o cargo com o de treinador do Fluminense. Ele terá que optar.

Nessa crise política, o que pode ser feito?

No momento nada pode ser feito. A CBF está sob o comando de José Perdiz, interventor nomeado pela Justiça. Porém, seus poderes são limitados. Cabe a ele administrar a confederação para garantir o funcionamento dela e convocar novas eleições. Ele não tem autonomia, por exemplo, para negociar novos contratos a longo prazo ou escolher um novo treinador. Essa atribuição será do próximo presidente.

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