SUPERCLÁSSICO

Por que precocidade de Endrick faz atacante ser o que Brasil tem de mais decisivo contra a Argentina

Jovem se destaca por força física como CR7 e emocional à la Messi, e segue trajetória de Vini Jr para suportar pressão desde cedo

Endrick, atacante da Seleção BrasileiraEndrick, atacante da Seleção Brasileira - Foto: CBF

Expoente da nova safra de talentos do futebol brasileiro, o atacante Endrick, de apenas 17 anos, se definiu como "um menino muito precoce" quando falou sobre a primeira e inesperada convocação para a seleção principal. E é justamente esse acelerado amadurecimento, físico e emocional, que o torna o que o Brasil tem de mais decisivo para o confronto com a Argentina, e quem sabe para a continuidade do ciclo até a Copa de 2026.

Sem a mesma habilidade de Neymar e Vini Jr, lesionados hoje, e até de Rodrygo, Endrick compensa na força, seu principal diferencial, que o faz se assemelhar ao tipo de jogador que era e ainda é Cristiano Ronaldo, a grande referência da joia brasileira.

Quando a revelação do Palmeiras diz que não gosta de sair para festas, que deixa para se divertir nas férias, fica claro que cresceu sendo instruído a abrir mão de sua juventude para potencializar o que tem de melhor, a condição inata para um jogo físico. E na atual safra do futebol brasileiro, isso se torna um diferencial, seja por um jogo, seja por um momento.

Para isso, desde cedo a promessa precisou ser um atleta antes de um jogador. O jeito introvertido no dia a dia, bem similar ao de Messi, é apontado por quem o circunda como um sintoma dessa preparação, e acaba ajudando a atingir tal objetivo. A potência acima da média vem aliada a um comportamento quase de veterano. O aspecto mental de Endrick foi forjado na base do Palmeiras com a convivência da família dentro dessa realidade. O pai, funcionário do clube, acompanha o ambiente do vestiário, enquanto a mãe entrou firme para blindar o garoto das facilidades do futebol. Ambos têm ascendência sobre o filho para que no discurso e na prática ele seja avesso à bebida, noitada, e até companhias duvidosas.

"Ela pega muito no meu pé, fala das minhas amizades. Eu quase não tenho amigos, não saio, sempre fico em casa. Gostaria de sair, me divertir, mas sei que não posso fazer isso tanto. E vou manter meus princípios. No trabalho serei 100% focado", explica o precoce Endrick, citando a mãe como mentora, mas que recentemente passou a ter um exército profissional por trás.

O atacante virou cliente da Roc Nation, comandada pelo rapper norte-americano Jay-Z, e que tem a agência TFM como braço brasileiro também na gestão da carreira de Vini Jr. As empresas se fundiram e trabalham na transformação do atleta em um astro também fora das quatro linhas, com valores e histórias inspiradoras. Mas para isso o jogador precisa ser um "super-herói" dentro de campo.

O jogo à feição do atacante
Mais de um ano depois de subir para o profissional do clube paulista com 16 anos, Endrick teve o jogo da equipe condicionado por Abel Ferreira para suas características, que no sistema de Fernando Diniz na seleção principal também se encaixam. A partir do foco e do trabalho, mais do que do talento inato com a bola, o atacante se tornou uma arma letal e objetiva. Tem a capacidade de conduzir a bola, "arrastar", fazer tabelas curtas e se projetar no espaço para definir jogadas.

Endrick é atacante de movimentação, não fixo. Se encaixa também ao lado de um nove clássico, jogando por trás, entre as linhas. Em um modelo próximo ao que Diniz usa no Fluminense, com John Kenedy e Cano. Os pontos fracos são a baixa estatura e a dificuldade de jogar de costas e de lado. Mas como segundo atacante, ou ao lado de um companheiro móvel, a joia rende bem. Resta saber se terá nova chance diante da Argentina no Maracanã para provar sua força. E dar novos sinais de que pode vir a ser um sucessor de Messi, CR7 e Neymar.

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