Prefeitura de Tóquio cancela revezamento da tocha olímpica em vias públicas
Medida foi tomada dada a preocupação com o aumento de contágios por Covid-19 nos Jogos Olímpicos
As autoridades da capital japonesa anunciaram, nesta quarta-feira (7), "o cancelamento" do revezamento da tocha olímpica nas vias públicas de Tóquio, dada a preocupação com o aumento de contágios por Covid-19 nos Jogos Olímpicos.
O revezamento da tocha olímpica terá início nesta sexta-feira (9) em Tóquio, confirmou a prefeitura, mas, devido à pandemia, os trechos que deveriam ser realizados em vias públicas entre os dias 9 e 23 de julho, data da cerimônia de abertura dos Jogos, "foram cancelados".
Apenas o trecho nas ilhas Ogasawara, um arquipélago remoto 1.000 km ao sul de Tóquio, seguirá conforme planejado.
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A partir da próxima sexta-feira, serão realizadas cerimônias privadas de acendimento da tocha, em vez do revezamento habitual. Os eventos serão transmitidos ao vivo, e os telespectadores poderão assistir "no conforto de suas casas".
Na terça-feira, os organizadores dos Jogos e as autoridades japonesas pediram ao público que não acompanhe as provas de maratona e marcha atlética em Sapporo, no norte do país.
E, nesta quarta-feira, a mídia local afirmou que, devido ao aumento de casos pela pandemia de coronavírus, o governo japonês prevê declarar um novo estado de emergência em Tóquio. Inicialmente, a medida se estenderá por todo período dos Jogos Olímpicos.
"O governo decidiu declarar um quarto estado de emergência em Tóquio e comunicou sua decisão" à coalizão no poder no país, informou a rede de televisão pública NHK.
O estado de emergência estará em vigor até 22 de agosto, segundo a imprensa local, enquanto os Jogos de Tóquio serão disputados de 23 de julho a 8 de agosto.
Esse será o quarto estado de emergência decretado no Japão desde o início da pandemia.
Segundo a agência de notícias Kyodo, que cita uma autoridade de alto escalão do governo, é provável que os Jogos Olímpicos sejam disputados a portas fechadas.
Em março, os organizadores tomaram a decisão inédita de impedir a chegada de espectadores procedentes do exterior.
Em junho, autorizaram a presença de espectadores locais, mas com 50% da capacidade da sede e um máximo de 10.000 pessoas.
Recentemente, alertaram sobre a possibilidade de a disputa ocorrer a portas fechadas, enquanto a situação sanitária volta a se agravar no Japão.
As preocupações com o aumento das infecções, particularmente em Tóquio, levarão o governo japonês a estender, na quinta-feira, as restrições que estabelecem em 5.000 pessoas o número máximo de espectadores em eventos esportivos, ou culturais.
Também não está descartado o endurecimento das restrições ao público durante os Jogos. Estas medidas serão revistas em reunião entre todas as partes envolvidas na organização do evento, incluindo o Comitê Olímpico Internacional (COI), Tóquio-2020 e as autoridades japonesas.
O presidente do COI, Thomas Bach, chegará a Tóquio na quinta-feira.
Na terça-feira, o jornal Asahi já havia afirmado que a cerimônia de abertura poderia ser realizada sem espectadores no novo estádio olímpico de Tóquio em 23 de julho.
Na sexta-feira passada, a presidente do comitê organizador Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, declarou que a porta fechada nos locais de competição era "uma possibilidade", e o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, também havia evocado essa opção no dia anterior.
Cerca de 11.000 atletas são esperados nesses Jogos. Diferentes medidas draconianas foram impostas pelos organizadores para todos os participantes.