Presidente da Fifa presta homenagem a Léo Batista: "Que descanse em paz"
Giani Infantino prestou solidariedade ao jornalista nas redes sociais
O presidente da Fifa Gianni Infantino homenageou, nesta segunda-feira, Léo Batista, que faleceu no último domingo, aos 92 anos. O ex-jornalista, que marcou seu nome na televisão brasileira por décadas, lutava contra um tumor no pâncreas.
Mandatário da instituição máxima do futebol desde 2016, o suíço prestou solidariedade a Léo através de suas redes sociais. Na postagem, ele afirma que sua "voz marcante emocionou gerações e tornou o futebol ainda mais popular no país".
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"Lamento profundamente o falecimento do jornalista Léo Batista, aos 92 anos. Sua "Voz Marcante" emocionou gerações e tornou o futebol ainda mais popular no país. Meus sentimentos para a família, amigos e colegas da profissão. Que descante em paz, o Brasil sentirá saudades".A
Veja publicação de Gianni Infantino
Seu Léo, como sempre foi carinhosamente chamado, dedicou cerca de 77 anos ao jornalismo, tendo sido 54 deles só na TV Globo, tornando-se inspiração para várias gerações de profissionais que aprenderam com ele, tendo contato direto, ou apenas sendo espectador de sua "voz marcante".
O começo da carreira foi na adolescência, aos 15 anos, trabalhando no serviço de alto-falantes de Cordeirópolis, cidade do interior de São Paulo na qual João Baptista Bellinaso Neto nasceu, em 22 de julho de 1932. Nela, o filho de italianos foi descoberto e não parou mais de conquistar espaços.
Em 1952, após rodar em veículos de várias cidades do estado, chegou ao Rio de Janeiro para ser locutor no programa "O Globo no Ar", da Rádio Globo, local onde começou a ser chamado de Léo Batista. O pseudônimo vem do nome da irmã, Leonilda, que gostava de ser chamada só de Nilda. Em 1955, migrou para a televisão, apresentando durante 13 anos o Telejornal Pirelli, da extinta TV Rio.
Apesar de ser um especialista em esporte, sempre foi considerado um “coringa” desde que chegou à Globo, que o convidou em 1970. Inicialmente, apenas para trabalhar na Copa do Mundo do México, mas, depois que substituiu Cid Moreira em uma edição do JN, nunca mais saiu. Na base do “chama o Léo”, tornou-se o primeiro apresentador tanto do Jornal Hoje, em 1971, quanto do Esporte Espetacular, em 1973, e também do Globo Esporte, em 1978. Até então, era o apresentador mais antigo da maior emissora do país. Tudo sempre com seu bom humor.
— Guardadas as devidas proporções, acho que tentei ser pioneiro numa época em que isso não era comum. Cheguei a levar algumas broncas. Não só aprovo, como gosto muito desse estilo. Mas sem exageros, claro — disse Léo em entrevista ao GLOBO, em 2021.
Seu grande leque de atuação o colocou no centro de grandes episódios da História, como, por exemplo, ao ser o primeiro locutor que noticiou a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954, ou ser um dos jornalistas que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha, maior ídolo do Botafogo, em 1953.
Torcedor do Botafogo, o lendário jornalista recebeu uma justa homenagem do clube do coração ainda em vida, quando o alvinegro deu seu nome a uma das cabines de imprensa do estádio Nilton Santos.
Praticamente em voo solo, foi o primeiro narrador de uma transmissão de surfe e de Fórmula 1 na televisão do país, além de marcar época com os gols do Fantástico, que mudaram a forma com que se consumia o futebol nas décadas de 1970 e 1980, acompanhado da famosa “Zebrinha”.
Aliás, a estreia como locutor esportivo havia sido na década de 1950, em um jogo entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã. Desde a edição da Copa do Mundo no Brasil, ele trabalhou em todos os Mundiais, in loco ou à distância.