Presidente da LaLiga se reúne com dirigentes brasileiros para discutir criação de Liga no Brasil
Espanhóis não querem gerir o futebol no Brasil, mas possuem um investidor interessado no projeto, que pode valer até 2 bilhões de euros
O presidente da liga espanhola, a LaLiga, Javier Tebas, se reuniu na manhã desta terça-feira, em São Paulo, com representantes de clubes das séries A e B (apenas o Palmeiras estava ausente) para falar sobre a criação da Liga de Clubes no Brasil. O encontro também contou com representantes da XP Investimentos e da Alvarez & Marsal.
Havia expectativa de que alguma proposta já pudesse ser apresentada na reunião, o que não aconteceu. Entretanto, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o valor ideal para a Liga no Brasil seria algo em torno de 2 bilhões de euros e a LaLiga já tem um investidor.
Apesar de ajudar com a indicação deste investidor, o objetivo da LaLiga não é participar da gestão no Brasil, mas sim, auxiliar na transição de um modelo de gestão para o outro. A parte financeira fica sob responsabilidade da XP, enquanto a Alvarez & Marsal fornece a consultoria na parte de governança.
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Segundo um cronograma interno, caso os clubes estejam organizados, uma proposta formal já pode ser apresentada em um mês. Entretanto, os clubes precisam “fazer o dever de casa”, conforme afirmou uma das pessoas ligadas ao projeto.
O dever de casa seria os clubes se organizaram e montarem o projeto da Liga para que investidores possam avaliar. Fora isso, eles precisam trabalhar em governança e compliance, que são assuntos caros a qualquer investidor sério.
"Na LaLiga, temos o objetivo de ajudar o desenvolvimento do futebol e sua indústria. Com a proposta que estamos fazendo em conjunto com a XP e a Alvarez & Marsal, queremos oferecer, no Brasil, todo o conhecimento que adquirimos ao longo dos anos para propor um modelo de negócio que seja financeira e administrativamente adequado para apostar no crescimento do futebol no Brasil", disse Tebas.
Outro ponto em que os clubes precisam chegar a um consenso antes de que qualquer proposta seja oficializada é sobre o valor a ser distribuição com os direitos de transmissão. O espanhol detalhou como é a distribuição na LaLiga e sugeriu que o mesmo seja feito no Brasil. Segundo contou, 50% é partilhado igualmente, já outros 25% de acordo com a performance e outros 25% levando em consideração exposição e audiência do produto.
O vice-presidente do Vasco, Carlos Roberto Osório, que representou o clube na reunião, afirmou que antes de os clubes se manifestarem simpáticos a alguma das propostas, é necessário que eles se fechem entre si. Ele defende a contratação de uma consultoria que não esteja ligada a nenhum dos projetos para que ajude a os clubes a estruturarem o projeto.
"É ótimo para os clubes saberem que grandes empresas e bancos querem investir no futebol brasileiro. Mas antes de tudo precisamos nos organizar sem a participação de nenhum dos interessados. Os clubes devem contratar uma consultoria externa profissional e depois do projeto estabelecido publicar uma manifestação de interesse aberta ao mercado. E aí se faz como licitação, a melhor proposta vence", defendeu Osório.
Já o Botafogo, afirmou através de nota, que o clube foi representado pelo CEO Jorge Braga, e que defende a estruturação dessa nova organização (Liga). O clube disse que "acompanha as iniciativas na mesa — propósito, valores e condições — e tem debatido os cenários possíveis internamente, sob liderança e orientação do acionista John Textor".
Os dirigentes de clubes, agora, têm muito o que pensar. A proposta do grupo (LaLiga, XP e A&M) é a terceira que chega as mãos dos dirigentes. Há uma feita no início deste ano da Codajás Sports Kapital em conjunto com o banco BTG, que inclusive rendeu uma assinatura de pré-acordo com alguns clubes. Outra proposta foi feita pela Live Mode e pela 1190, mas que pouco andou.