Jogos Olímpicos

QR Codes para residentes, metrô fechado: Paris detalha esquema de segurança para Olimpíada 2024

Políticos classificaram medidas como ataques às liberdades civis

Metrô de Paris será afetado por medidas de segurança para Olimpíadas 2024Metrô de Paris será afetado por medidas de segurança para Olimpíadas 2024 - Foto: Miguel Medina / AFP

O chefe da polícia de Paris delineou medidas drásticas de segurança para os Jogos Olímpicos de 2024 na capital francesa. Laurent Nunez disse ao jornal Le Parisien, em entrevista para a edição desta quarta-feira, que os cidadãos que moram perto das instalações olímpicas precisariam solicitar um QR Code para poderem passar pelas barreiras policiais.

As pessoas que moram nas áreas restritas também terão que registrar quaisquer visitantes que queiram assistir ao movimento olímpico de suas varandas, janelas ou telhados — e mesmo na hipótese de casas flutuantes.

Regras especiais serão aplicadas durante a cerimônia de abertura, em 26 de julho, quando os perímetros de alta segurança, ou “vermelhos”, serão “muito grandes”, disse Nunez.

"As únicas pessoas que conseguirão passar serão as pessoas com um motivo válido, ou seja, as pessoas que vão para o seu hotel, ou para a sua casa, ou as pessoas com bilhete para a cerimônia" disse.

Algumas estações de metrô, em áreas de alta vulnerabilidade a um possível ataque, serão fechadas, disse Nunez.

"Você não pode ter estações de metrô abertas dentro de um perímetro de proteção, a menos que você também reviste todo mundo" explicou.

Outras paradas de metrô podem ser fechadas se forem pequenas demais para receber um grande número de passageiros, disse ele.

"Ataque às liberdades"
Políticos reagiram e classificaram as determinações como um ataque às liberdades civis. Os anúncios, que Nunez disse ainda estarem sendo finalizados com o governo e a Câmara Municipal de Paris, provocaram reações hostis em todo o espectro político.

"Estas medidas são a marca de um estado de emergência", disse o deputado centrista Philippe Bonnecarrere. Para ele, é “curioso” que sejam aplicadas tantas restrições “numa situação que se supõe ser feliz”.

A senadora Nathalie Goulet, também centrista, disse que as medidas eram “um ataque às liberdades”. O código QR exigia “coleta e armazenamento de dados”, disse ela, exigindo “uma explicação” do governo sobre proteção de dados.

“Isso é ultrajante, ainda pior do que temíamos”, disse o deputado de extrema esquerda Eric Coquerel. “Os Jogos Olímpicos terão um sabor liberticida”, disse Damien Maudet, outro deputado de esquerda.

A polícia e outras autoridades manifestaram preocupações de segurança, especialmente em relação à cerimônia de abertura. O evento contará com barcos no rio Sena, na primeira vez que os Jogos serão iniciados fora de um estádio esportivo.

Relatórios iniciais diziam que seriam vendidos cerca de 500 mil ingressos para o evento de abertura, mas esse número será provavelmente revisado para baixo. Nunez disse que uma decisão final será tomada na primavera (no Hemisfério norte; outono, no Brasil).

Cerca de 15 milhões de visitantes são esperados para as Olimpíadas em julho e agosto, e para as Paraolimpíadas em agosto e início de setembro.

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